Carta para o amigo de Bush, Eduardo Cândido

Primeiramente, gostaria de enfatizar o seu preconceito em relação às pessoas mais idosas. Como que se você não será uma delas, em qualquer dia. Talvez, quem sabe, já o seja, agora, se considerarmos a variante da palavra “velhice”, em relação ao estado mental, ao estado de espírito. Você, meu jovem, é um idoso mental. No sentido de “velho” e “quebrado”. E não um idoso sadio, no sentido de lúcido e jovem, apesar dos anos.

De qualquer modo, respeito sua opinião acerca do Bush, que você tanto admira. Pena que seja minoria. Na ONU, todos estão contra a dupla de mentirosos Blair e Bush. Os ingleses e americanos de bom senso não engolem a farsa de combate ao terrorismo e às armas de destruição em massa, utilizados como argumentos falaciosos para oprimir e assassinar pessoas inocentes, por conta de interesses mesquinhos, de ordem política e econômica.

Tenho vergonha de brasileiros como vocÊ. Que se vendem ao estrangeiro, por tão pouco. Ou quase nada.

Quanto ao governo do LULA, que ajudei a eleger, e como cidadão responsável, desta grande Pátria Amada Brasil, tenho o direito – e o dever- de externar minhas opiniões. Afinal, se não me falha a memória, ainda estamos no regime democrático.

Apontar erros, acertos, sugerir, criticar e elogiar é um direito sagrado de todos. A omissão é que é reprovável. E a discriminação o preconceito, também. Ou você acha que o Brasil, há dez anos, está no rumo certo?

Um forte abraço. E boa viagem. Espero que quando chegar nos EUA, consiga arrumar um emprego de lavador de banheiros.

O grandioso povo americano não merece passar pelo que estão passando.

Que Deus tenha piedade de todos nós. Abraços. Do imbecil e amigo, com muita honra, Domingos.