*Choram as Rosas*
Estava na jarra de porcelana,
Olhar cabisbaixo, cor desbotada.
Da viva púrpura a cor minuana,
Sob a sede do amor relegada.
As Mãos firmes que outrora plantaram,
Negou-lhe a seiva, o fluido da vida.
As forças recolheram-se sem seara,
Apenas a jarra, vaga, desprovida.
Com a mesma fragilidade é o amor,
Em cada condimento a mão zelosa.
Na adubagem que seja o portador,
Do sal e açúcar, pitada milagrosa.
Que seja a palavra o regador da vida,
Teus versos a seiva na jarra nutrida.
Sogueira |