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Poesias-->Édna -- 23/07/2008 - 09:47 (Agostinho M. da Costa) |
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Sonhei com uma estrela ou anjo?
Brilhante e sem asas
E sob a luz da ribalta
No fulgor da noite
Surgiste radiante
Nada disseste, e nem perguntei...
Como num conto de fadas
Tudo aconteceu
Os sonhos materializaram
A vida renasceu
Fisgado por teus olhos
Vibrei no espelho das lágrimas
Nos sonhos do contentamento
Convidei-te para dançar
Assentiu no olhar
Um bolero de Ravel...
Na dança sensual
Envolvi-te nos meus braços
Filmei tua imagem
De uma beleza rara
Guardei-te no coração...
Segui os teus passos
Rodopiamos no salão
Remexendo os quadris
Abris-te meu sorriso
Dei asas aos frêmitos
E na ilusão, sonhei...
Alados! Fiz-me desejar!
Antes de a música acabar
Adicionei mil canções
Fiz-te imaginar
Um corpo viril
No baço dos meus anos
Fiz-te escultural
Nas quimeras de menino
Molhados de suor
Fiz do salão um palco
Reluzindo o meu amor
Agradeci teus aplausos
Contigo serei escravo
Sem nunca ser senhor...
Nos trêmitos do corpo
Quisera ser ousado
Beijando-te no salão
Antes do gesto tresloucado
Num palco de ilusão
Meus olhos apaixonados
Traíram meu ser...
Beijei os teus olhos
Corri minhas mãos
Como um felino
Rasguei tua roupa
Deite-te no chão
Na relva do prado
Estranha sedução!
Confessou ser mulher
Louca de paixão
Cansados e abatidos
Dormimos juntinhos
Era apenas fantasia do meu coração...
Não tinha música, não tinha palco, não tinha você!
Nem lenitivo para minha dor
Depauperada e de tédio
Abandonara-me no salão...
Procurei-te nos espaços
Nas cadeiras não estavas
Desesperada desilusão...
Ao ver-te em outros braços
Dançando, cantava!
Rostinho colado
Desprezava minha adoração
Inebriada de paixão...
Agora refeito
Nos versos mal feitos e sem medos!
Choro a dor do coração...
Fiz-me poeta de palavras tristes
Na sofreguidão dos meus dias
Sozinho e abatido
Escrevo a solidão...
Sem ser um mito, um ídolo!
Rabisquei esses versos
Sem sentir o teu sorriso
Em tuas mãos deponho as rimas
Vindas do coração
Falácias dos que sonham e amam
Sem os braços de uma grande paixão...
Fim.
Sabe? |
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