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Cronicas-->Vetustas bizarras! -- 24/01/2005 - 21:45 (elvira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As duas varinas caminhavam pelo caminho de pedra rumo ao mar azul eléctrico, a bater o dente postiço...Lindas de alegria, porque o mais o tempo já comera indelevelmente.Uma denominada Umbelina, a outra Cilinha.A primeira donzela, a segunda v.e.p.(very experient person) em matéria de "mariage"(lá para aquelas bandas síndrome ultra moderno o de casar mais de uma vez!).Qual delas saberia mais dos recónditos e libidinosos caminhos do "ajuntamento" de um homem e de uma mulher?Os olhos de Umbelina faiscavam de cada vez que se punham num macho man...até a sua cadelinha(Jóinha) se apercebia e latia latia, doida de hormonas pinchonas captadas via adrenalina.Cilinha, mais discreta, recatada, tudo observava( porque apesar das lunetas, não era cega nenhuma!)mas com ar místico de pomba rendida.Que dupla de primas...tão vetustamente entusiasmadas por tudo o que lhes acirrava a curiosidade e, claro, a libido...mas tal, cada vez se tornara mais raro, a não ser a visita do reverendo amantíssimo que lhes levava uma palavra de aconchego e mais uns dias de entretenimento...nada mais havia para passar os invernos frívolos.Cilinha ainda pior ficava no Inverno pois era casada com um homem mais ultrapassado que o século, com cheiro a molho vinagrete,anedotas esfarrapadas de cansadas...uma verdadeira seca!Ela que sempre fora calorosa, charmosa e apaixonada!Valia-lhe o reverendíssimo de 1953, que por sinal era de uma boa colheita: atencioso,perfumado,bom ouvinte,com palavras de vida eterna!Para Umbelina a vida fora mais agreste,emigrara para um país francófono,trabalhou muito, sustentou os dois manos e lá ficou solteira, mas não solteirona!Quem a ouve percebe na sua risada o quanto já foi quebra corações e depois quebra colchões.Seus manos são agora a sua realidade, a qual ela contorna muito bem, dando as suas caminhadas até ao monte de Santo António, só para ver o Santo ou quem sabe pedir-lhe que lhe arranje úm otário para desfrutar.Ou talvez tão pura e simplesmente, rezar...
E assim viviam as duas priminhas amiguinhas, trocando doces e receitas para agradar a sua reverendíssima, que por coincidência era um guloso dos diachos, porém advogando a importància de se comer vegetais e frutos, tudo em prol da cadeira de nutricionismo que dava na Universidade.Olarila que é preciso mostrar serviço, exigir respeito e fieis seguidore(a)s.
Eis que um belo dia o reverendo é informado que vai ser visitado pelo Bishop de Munica, logo comunicou às suas lindas devotas dos anos 30!Ui...nem podem imaginar o alarido histérico das duas vetustinhas...a cabeça delas fervilhava só em imaginá-lo!
Umbelina, mulher pragmática, que nunca dá ponto sem nó, decidiu alojá-lo na sua vivenda em frente ao mar, separada por uma estrada perigosa apenasmente, por um preço módico, pois ela era dada à caridade e acolhimento da Igreja.Façam da minha a vossa casa!E assim foi.O dia tão esperado lá chegou...Foram ambas ao cabeleireiro e lá apareceram de juba cinza lilás ao Bishop que de Bishop nada tinha!Homem alto, entroncado, anos 40 com aparência de 50, cabelo cinza, óculo bem apessoado...um charme!E a falar? Um verdadeiro mimo de encantos!Umbelina ficou babada...Cilinha invejou-a e lembrou-se de quanto custa a liberdade, mesmo de pensamento!Resolveu por cinco ínfimos segundos ser infiel à trave redonda que tinha no seu museu...olhar não tira pedaço.Vai daí joga charme de mãe, amiga, confidente ao hóspede mais entusiasmante que aquela zona já vira em 10 anos!Ele, no seu olhar mais que fino,distribuía-lhes sorrisos púdicos e muito santos.Cada uma trazia a sua lambeta: pudim, mousse au chocolat, molotof, rabanandas, arroz doce...um verdadeiro colírio para o Bishop.O reverendo a tudo assistia com encanto e recato.Ele sabia o quanto aquelas almas precisavam de ser acarinhadas e levadas à presença de Deus.Nada melhor como começar pelo seu mensageiro tal qual Neno a passear-se no mar.
Porém dentro daquelas alminhas havia um resquício de curiosidade que as entupia...e então bichanavam pela casa à procura de um pêlo que fosse para encontrar vestígios das raízes do Bishop que se fechava em copas, pois a prudência assim o determinava, claro.Atitude que no dicionário das priminhas não constava...por isso, muito abismadas inconfidenciavam com o reverendo doméstico sobre a postura do hóspede.Referiam-se a uma garrafita de champanhe que este abrira e resolvera beber para inaugurar o momento de felicidade que trouxera ao lugarejo.Ora, será que seria necessário responder-lhes que nada tinha de malévola a sua sede?Preferiu nada comentar, o que as pós em águas de rebenta curiosidade!O Bishop sabia o que fazia!Aquelas mentes brilhantes estavam no papo!Todavia não há mal que perdure nem há bem que sempre dure,daí que mais um fim de semana de estoura barrigas e o Bishop desaparecerá tal qual D. Sebastião,pois nunca se sabe se as vetustas se passam e lhe fazem a cama para dormir com ele nela!Irra que é melhor levantar amarras e pregar lá para a cidade de Vimaranis, do que dar de comer a bichanas ressabiadas de tanta teia de aranha, acumulada pelos decretos frustradores da humanidade!Mas que é giro ver os olhinhos da Umbelina a faiscarem, lá isso é!Não fossem os arrufos que os efeitos das suas faíscas provocam no Bishop que a Umbelina fazia-lhe um cerco, jamais observado em toda a orla marítima aflitense!Benza-a Deus!Descanse a Igreja que o mariage é uma miragem, apesar da tentação, da tensão(deles) e da tesão das priminhas bizarras.
Elvira:)
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