Se cada vez que me sento em frente à máquina (computador não é poético) preocupo-me com a estrutura, com o estilo, com a gramática, ortografia, semântica...
CHEGA.... CHEGA.... CHEGA!!!
Quero apenas escrever.
Para tirar de dentro deste meu ser, este grito apertado... que não consigo gritar pra ninguém.
Quero só escrever pra que eu possa extrair todo fel que não deixa minha vida ser perfeita.
Quero só escrever como se fosse extrair toda a alma de meu corpo, que teima em não sair.
É assim que sinto... é assim que tem que ser...
Quero escrever sem ficar relendo pra ver se está certo...
Quero escrever de olhos fechados, acho eu, para não precisar ler o que estou escrevendo.
E então, quem dera eu ter certeza, conseguirei ejetar todo este ranço que me comete.
Não sei se estou escrevendo um poema ou um conto, ou sei lá, um romance, e nem me importa saber...
Estou há dias enlouquecida, por uma dor que não tem local na carne, nem nos ossos, nem em parte alguma física de meu ser.
Uma dor de não tem por que ou pra que... uma dor que sempre aparece e que passa com uns comprimidos de fluoxetina e um rivotril pra poder dormir.
Mas eu quis dar um basta neste faz de conta.... e aqui estou: sem minhas drogas companheiras, perguntando-me simplesmente o porquê de não sei o quê...
Decidi então escrever... simplesmente escrever... deixar fluir todo este furacão que atormenta meu cérebro, meus ouvidos e meu coração.
Como transformar sentimentos em palavras?
É como um pintor com seu pincel tentando capturar toda a beleza da natureza de uma paisagem em uma simples tela.
Aqui estou eu tentando capturar toda a minha natureza de ser humano em simples palavras...
