Porque você não me devora
agora?
E me consome,
me toma,
me absorve,
me molha
como a chuva lá fora?
Porque você não me abraça
nos becos,
nos cantos escuros,
no meio da rua?
Porque você não perde a vergonha
de fato
e o medo,
o senso,
e some comigo
e me esconde,
me afoga
de tanto prazer?
Porque não me mata,
me desacata,
me desalinha toda
e me deixa saciada,
plena e repleta
de você?
Vai, cria coragem,
arrisca,
supera,
me leva embora!
Agora! Agora!
Tita Ancona Lopez
22/08/2001 |