Quando cheguei, tomei cuidado para não falar alto.
Na verdade eu sentia uma estranha leveza que não se deve sentir nessas horas. Não é de bom tom.
Ocorre que nessas ocasiões encontramos pessoas que não vemos há muito.
É tão bom encontrá-las que esses momentos, de tão profunda tristeza, tornam-se veladamente alegres no rosto das pessoas enquanto que exultantes nos corações.
Um disfarce necessário.
Ninguém quer magoar mais ainda quem está sofrendo.
Muito menos eu. Mas quando me dou conta estou falando alto, relembrando velhos tempos, contando casos animadamente.
Vergonha!
Acho que essas ocasiões deveriam ser comemoradas.
Deveríamos comemorar o fato de que quem se foi está, provavelmente, em algum lugar muito melhor, em lugar de prantear a dor dos que ficaram.