Caminhava sem rumo certo,
visivelmente atordoado.
Olhava de um lado para o outro,
firmava a vista e parecia que nada via.
Parava e voltava a andar,
ia por um caminho e logo voltava atrás.
Até que sentou-se no banco da praça.
Com a cabeça entre as mãos, chorou.
Mais do que um choro sentido
era um uivo de dor,
um soluço intermitente,
um lamento.
A quem quis ajudá-lo,
pediu com as mãos e o olhar
que se afastasse.
A quem lhe dirigiu a palavra
não retribuiu, ignorou.
E ali continuou
em dor e desespero.
Retrato de aflição,
fotografia de abandono,
emoldurado em solidão.
Tita Ancona Lopez
15/06/2007
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