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Poesias-->METRALHADORA -- 14/04/2008 - 20:36 (Cristina Ancona Lopez) |
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Num instinto peguei a metralhadora e a segurei com força nas mãos.
Tive medo.
Seria capaz de usá-la?
Será que o ato de usá-la aliviaria o sentimento de revolta que tem me acompanhado?
Até quando vamos aceitar pacificamente todas as aberrações que nos cercam?
Até quando permanecer calados?
Até quando não estimular a revolta em nossos filhos?
Continuar insensíveis à dor dos que sofrem?
Até quando?
A metralhadora nas mãos.
Na imaginação caminho resoluta, meus filhos e meus amigos junto a mim.
Temos um ideal, uma certeza.
Temos a força da união e vamos em frente.
Sem medo.
Sou a primeira a puxar o gatilho, a gritar por justiça, a esbravejar.
Orgulhosa de mim, na imaginação.
Mas volto à realidade e me vejo.
Estática.
Entorpecida.
Como todos nós.
Tita
27/09/2007
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