Há dias em que por mais que se queira estar atenta e ativa, uma pausa toma conta.
Lerdeza nos movimentos, parcimônia de pensamentos, andar incerto, leitura vagarosa.
Dias de gestos parcos e respostas que custam a alcançar a língua.
Dias em que a vista se turva e não enxerga a linha do horizonte, nem o infinito do céu. Vista curta.
É como se o despertar não viesse e o sono não quisesse tomar conta.
Dias de vazio.
O subconsciente diz: vai; o corpo fica.
Dias de ficar inerte, incolor.
Dias de limbo.
Deveria existir uma sirene interior; sirene da fábrica do corpo.
Nesses dias soaria bem forte atiçando o movimento que, mesmo assustado, provocaria o despertar.
Tita
21/08/2007
|