Não me lembro se não se falava em drogas ou se eu é que nunca tinha escutado a palavra.
Parecia tão divertido e sem problemas carregar um frasco de lança-perfume para o baile de carnaval.
Salão cheio no carnaval em Jaú, na minha tenra adolescência. Dançávamos em cima das mesas, espirrando lança-perfume nos meninos bonitos que passavam. Ou dançávamos abraçadas a eles, cheirando um pouco de vez em quando. Como se nada fosse, abertamente e sem nenhum peso na consciência.
Não nos avisaram? Ou não escutamos?
Depois veio o susto. Saber de alguém amigo que havia adormecido com a cabeça em um travesseiro cheio de lança-perfume, para nunca mais acordar.
Do susto veio a tristeza e da tristeza o medo.
Havíamos desafiado o perigo sem nem mesmo saber ou perceber.