Tequila?
A palavra fazia com que se lembrasse daquela noite em que ela bebera além da conta.
Sumira.
Ele a procurara por toda a parte até encontrá-la chorando, abraçada à garrafa vazia, na escada de incêndio.
Não entendeu porque bebera tanto.
Não sabia o que havia dito que desencadeara o que se havia seguido. Ela olhara para ele com uma tristeza enorme no olhar. O olhar mais triste que já havia visto partindo de seus olhos. Virara as costas, trancara-se no quarto não abrindo a porta ante nenhum apelo. Após algum tempo saíra do quarto, passara por ele como se não o visse e se fora.
Perdido, não sabia como encontrá-la. Tentou o celular, desligado; Telefonou para as amigas, nenhuma a vira; saiu a procurar pelos bares que costumavam freqüentar, sem sucesso.
Voltou para casa angustiado, sentindo-se encurralado e, ansioso, esperou.
Quando o dia amanheceu, procurou novamente pela vizinhança, coração aos saltos. Ao voltar, encontrou-a, em estado lastimável.
Abraçou-a, secou suas lágrimas, amparou-a e a levou para casa.
Deu-lhe um banho, lavou seus cabelos, secou seu corpo carinhosamente e a abraçou. Queria demonstrar o quanto a amava e o quanto sentia por tê-la magoado, mesmo sem saber o porque.
Não trocaram nem uma palavra. Ele nada disse e nada perguntou. Ela calou e abandonou-se ao seu cuidado.
Deitou-se ao lado dela e a abraçou até que dormisse.
Sentiu que não poderia viver sem tê-la ao seu lado. Teve a certeza de que faria sempre todo o possível para não magoá-la e que a aceitava, exatamente como era.
Nunca soube o que acontecera e nunca perguntou.
Tita
17/11/2006
|