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Poesias-->LUA -- 14/04/2008 - 20:32 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A vida lá era diferente, falou olhando para a lua.

O corpo não tinha peso e planava mudando de direção conforme o movimento dos braços e das pernas.

Pelo fato do corpo planar, a cabeça não se fixava e os pensamentos não tinham parada, iam longe, traziam novas hipóteses e conclusões a cada momento.

As emoções, tornavam-se um turbilhão, como tempestade sem rumo certo, maremoto sem aviso.

Era estranha a vida na lua.

Impossível fazer planos, impossível tomar decisões. Ninguém saberia em que lugar do satélite planaria o corpo em determinado momento.

Não havia rotina, horário, método, roteiro.

De fome não se ouvia falar. Quanto ao sono, nunca se tinha certeza de estar dormindo ou acordado.

Era solitária a vida na lua.

Não se via ninguém. Até parecia que cada corpo ficava cercado de um grande campo magnético que não deixava nada se aproximar. Num repente via-se uma sombra que poderia ser humana, passar ao largo. Um som longe longe...

Mas era difícil falar, na lua. As palavras se dividiam em letras que se espalhavam, perdiam o significado e planavam, como os corpos.

A vida na lua apenas era.

Sem realmente ser.

Estivera lá não se sabe quando e seria impossível determinar quanto tempo ficara.

Depois disso, passou a ser considerado estranho por todos com quem convivia. Queriam que explicasse a lua, mas ele não sabia. Queriam certezas que ele não tinha, queriam uma lógica que não existia.

E então, porque na lua, aprendera a não ser, passou a viver na vida sem ser.

E seguiu não sendo.

Até que a terra tornou-se a lua.

E então, nada mais era.





Tita Ancona Lopez

17/12/07







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