Quando chegou não imaginava que ela estivesse ali. Procurou fazer com que não o visse, andou de lado como caranguejo, deu-lhe as costas. Sentiu-se covarde e despreparado mas não sabia o que fazer no momento. E se ela o tivesse visto? Acendeu um cigarro e começou a conversar com um amigo, retornando ao salão pelo outro lado e não olhando nem um minuto na direção dela. Fingiria que não a vira.
Quando ele chegou assustou-se. Não imaginava encontrá-lo ali. Tinha certeza de que não a vira, pois estava de costas. Sentiu-se trêmula e despreparada e não sabia o que fazer no momento. Será que ele a vira? Levantou o queixo, endireitou o corpo e começou a conversar com a amiga, olhando de soslaio na direção dele. Será que ele não a vira?
Ficou nervoso. Na verdade queria chegar perto dela, mas não sabia como. Ao mesmo tempo achava que não devia. Afinal de contas ela o magoara. Ele sabia que tinha razão. Ela estragara aquele encantamento tão delicado que ele sempre sentira.
Ficou nervosa. Será que ele gostaria de chegar perto dela? Mas não, ela não devia. Afinal de contas ele a magoara tanto! Estragara aquele amor incondicional que ela sempre sentira.
Decidiu-se. Melhor esquecer. Procuraria tirá-la do pensamento de uma vez por todas e se fosse o caso de se encontrarem, agiria normalmente. Relaxou.
Decidiu-se. Melhor seria esquecer. Ele realmente não a amava. Procuraria tirá-lo do pensamento de uma vez por todas e, quando o encontrasse, agiria friamente.
Ao pegar uma bebida encontraram-se. Nos olhos dele, fagulhas rancorosas. Nos olhos dela, fagulha certeira. Olhos fixos. Ele viu o brilho, ela viu o profundo. Ele teve vontade dela, ela quis se abraçar a ele. Aproximaram-se, ao mesmo tempo. Nos olhos dela uma lágrima, nos olhos dele um sorriso.
Abraçados e emocionados, deixaram a festa, juntos.