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Cordel-->Frei Dimão prega a humidade, e recebe reações -- 25/07/2020 - 19:09 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Frei Dimão prega humildade (102)

Com tanta depravação
este mundo está condenado
o Pai vai baixar a mão
pra eliminar o pecado

São trezentos e dezoito
os que seguem com Abraão
só o consumo de biscoito
vai por a pique a missão

A libertação de Ló
é problema complicado
mantido no xilindró
ia ser menos sangue jorrado

O japonês da Federal
u'a ajuda me prometeu
vai levar muito galalau
onde não há luz, tudo hebreu

A corrupção vai ter fim
quando acabar a mumunha
contudo tenho pra mim
que o salvador é o Cunha

Moralista e religioso
merece nosso respeito
no sendeiro pedregoso
nas finanças soube dar jeito

Esses bancos nacionais
não merecem confiança
daí pra notas e metais
a Suíça é mais segurança

A corja da Petrobrás
cabelo, barba e bigode
se se aliou ao vil Sacanaz
mais não faz porque não pode

O Recanto é retrato fiel
de todo esse desmazelo
aqui uma vez já foi céu
mas agora não tem apelo

É tanta escrita indecente
voltada para a luxúria
enquanto tem tanta gente
esfaimada, na penúria

Sobre o harém facúrico
chego até a enrubescer
mas co'ácido sulfúrico
fá-lo-á o Pai desaparecer

Belos jardins de Lumah
estão já contaminados
o Maligno por lá arruma
a fonte de todos pecados

O tal atelier de Luna
oferece tanta distração
mas lá descerei a borduna
em nome da religião

Comida de Kathmandu
é demais apimentada
leva a quebra de tabu
e gases p'la madrugada

Batinas trazidas da Itália
pela distraída Nanda
se puem na genitália
como o Maligno comanda

O círio da maior espessura
a jorrar espermacete
parece forma segura
de brear qualquer enquete

Modismo em Araçatuba
já foi coisa distinguida
mas, com gato na tuba
proíbo lá ir a perseGuída

O cajado mantém-se erguido
cetro da iluminação
com o rebanho reunido
vamos pro bem danação

***

Lumah:

A zelosa jardineira, mostrando ser virtuosa Freira, traz alento,
atiçando a fogueira:

Versos para ler e reler
entremeados de humor
politica, corrupção e Recanto
sacanagem ou saber

vai do pensamento do autor
 o que quer levar o leitor
 de seus versos entender
e de seu personagem saber ....

***

Guída:
 
Intimorata da perseguição diuturna, a perseGuída ovelha, sem recorrer
a uM ato Grosso, vadeia Três Lagoas, só para aplacar ao Frei tamanho alvoroço:

A depravação tomou conta
virou um antro de perdição
 Já não tem ovelha santa
 elas querem o cajado à mão.

 Com trezentos e dezoito
 até eu seguia em frente
 Sem cansar molhava o biscoito
 e alimentava muita gente.

 O japonês da Federal
 tinha tudo pra dar certo
 Ele pode ser fenomenal
 mas sempre tem um mais esperto.

 Nem quero falar em política
 esse assunto me acabrunha
 Corrupção é pior do que zika
 queima mais que frebre chikungunya.

 Quando o Recanto era céu
 por ele desfilava as donzelas
 Agora tá indo pro beleléu
 às vezes ouço chorumelas.

 Sobre o harém facúrico
 único jeito é Deus na causa
 Nem co'ácido sulfúrico
 põe nesse antro u'a pausa.

 Mas até nos jardins de Lumah
 o demo mete o bedelho
 Vamos ver se ele apruma
 desce o cajado nesse pentelho.

 O florido atelier de Luna
 é um derrame de emoções
 Se o Frei descer a borduna
 vai ferir muitos corações.

 Kathmandu na cozinha
 sabe fazer bom guizado
 Quando serve a dobradinha
 o freguês fica de olhos virados.

 Vai ver Nanda se cansou
 com tantas batinas puídas
 Tanto que o Frei flatulou
 culpa das comidas ardidas. (de Kath)

Quanto maior a espessura
 muito melhor é o círio
 Quando entrar na clausura
 vai provocar só delírio.

 Minha ida à Araçatuba
 é de cunho profissional
 Ali não tem gato na tuba
 também não tem surubal.

 Mantém o cajado erguido
 não deixa sua luz apagar
 Se for preciso ser polido
 deixa comigo, eu sei lustrar.
 
***

Katumandu:

A fiel poeta-seguidora, sempre com a pulga atrás da ovelha, age, reage e aconselha o alquebrado Frei:

O Recanto, dizem que é cultura
Mas é lugar de muita pegação
 E dessa modesta "injúria"
 Quem nunca saiu com um garanhão?

 O que mais conta é a putaria
 baixarias reles, eu te digo
 tanta coisa sem sentido, avaria
 É tanto mau gosto que nem ligo

 Esse harém é famoso
 E só tem muié atiçada
 Com o Facuri glamuroso
 Quem não fica encantada?

 Esses jardins tocam n'alma
 são bem coloridos
 É leitura que acalma
 Dá vontade de beijar o Cupido

 Luna é moça de bom tema
 Só escreve coisas lindas
 E vai bordando todo o poema
 E tanta coisa que nunca finda

 Se a comida é apimentada
 apelo para as saladinhas
 mas tem Paulo que solta de madrugada
 mesmo com tantas folhinhas

 Nanda cose teus rompantes
 de puns rasgados e atrevidos
 mas nada adianta nesse instante
 O jeito é fingir que não são ouvidos

 Pobrezinha de Guida
 Acho que nem mais se espanta
 com tuas perseguidas
 agora ela solta a voz e canta

 Esse seu cajado vive erguido
 parece que tomou viagra
 e do fogo se ve o lindo
 iluminando toda essa praga

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