Convivemos bem as duas, em nós.
Sabemos quando nos tornar
da falante à caladona,
da apaixonada à descrente,
da que tem medo à que sempre vai.
Nos divertimos juntas,
nos atiçamos,
nos irritamos e brigamos,
nos empurramos quando necessário
e sofremos quando nos perdemos.
Às vezes rimos, uma da outra,
num movimento de vai e vem
ou até choramos,
porque nos convém.
Sou aquela que vira a outra
e volta a ela quando quer calar.
Sabemos que nos queremos
e juntas, a nos deixar ficar,
formamos o todo
que se enternece e fortifica
a cada movimento, em cada momento,
na loucura ou na paz.
Tita
12/06/08
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