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Contos-->A MÁQUINA DO TEMPO DO SONHO -- 07/03/2001 - 08:51 (MARCIANO VASQUES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MÁQUINA DO TEMPO DO SONHO


Sonhei que havia construído uma máquina do tempo, daquelas que conheci nos gibis. Pus-me a viajar pelo tempo e visitei momentos significativos da humanidade, não que os tenha eu escolhido, pois logo percebi que a máquina tinha autonomia para me levar para onde e quando bem entendesse, na verdade tive a certeza de que ela se autoconstruiu, tal a desenvoltura do seu desempenho e a sua independência. Apenas um detalhe: a máquina só podia ficar alguns segundos no local e na data que ela mesma escolhia. Um outro detalhe curioso, ela também visitava lendas e mitologias. Uma máquina estranha, pois além de me levar para séculos distantes, não separava no tempo a realidade da imaginação.
Depois de dar muitas voltas em sentido contrário ao horário, em torno do planeta, numa velocidade que com certeza levou menos que um minuto, finalmente ela chegou ao local que imediatamente reconheci por todas as gravuras que já vi em livros, o Egito antigo.Foi nesse momento que observei que a máquina tinha comando próprio e decidia aonde me levar.Sendo assim, a minha primeira visita foi mesmo no Egito antigo, na XVIII dinastia. Quem eu via tão perto de mim? O faraó Akhenaton falando a um grupo de homens sobre a sua religião monoteísta. Pareceu-me que não o queriam levar a sério, mas ele insistia com seus argumentos sobre a sua religião monoteísta e falava com convicção sobre o seu deus. Encantei-me diante de tão importante figura, mas, mal comecei a ouvir as suas palavras minha máquina partiu para outra época antes que eu pudesse ao menos olhar para o Sol.
Estava a seguir numa praia, e a cena que via me impressionava: um enorme touro branco raptando uma bela mulher.O incrível é que no sonho eu entendia a pronúncia de todos em qualquer idioma e não tardou para que eu soubesse que se tratava da filha do Rei Agenor e o touro era ninguém menos que Zeus. Fiquei maravilhado por estar diante do apaixonado deus do Olimpio, e mais que isso, por eu estar participando, ou melhor, contemplando a formação de um signo do zodíaco. Repentinamente a máquina partiu e instantes depois estava eu na neve vendo um homem enterrando um frango morto no gelo. Ao me aproximar observei o olhar aristocrático do tal sujeito e logo o reconheci, estava diante de Francis Bacon.Também compreendi o seu gesto aparentemente maluco: com essa experiência de enterrar o frango na neve, ele queria provar que o gelo conserva a carne, conserva os alimentos.Eu, Quem diria! Ali, diante do fundador da ciência moderna. Tentei momentaneamente adivinhar em qual século estava, se no dezesseis ou no dezessete, quando a máquina partiu novamente antes que eu pudesse compreender porque o Francis Bacon não se perturbou com a minha presença. Para onde iria a minha estranha máquina, a seguir?
Ao chegar na cidade nevoenta, logo reparei, pelas formas das suas construções, que estava na França num período que imediatamente imaginei ser o século dezoito.Meus pensamentos se dissiparam ao ver na neblina da manhã, a estranha figura colocando embaixo das portas e nos bancos da praça um livrinho, tentei pegar um exemplar e descobri que não podia tocá-lo, alias, não podia tocar em nada.É como se eu estivesse diante de um filme, diante de uma tela, como se estivesse no local, porém invisível, numa outra dimensão.
Sim, finalmente compreendia: estava invisível, por isso Akhenaton não reparou na minha presença e o touro branco, que era Zeus, não me atacou. Consegui ler o nome do livrinho, DICIONÁRIO FILOSÓFICO. Então não estava diante de um louco, mas do brilhante intelectual, François Marie Arouet, o Voltaire, o grande filósofo do iluminismo. O ano, 1765, provavelmente.
Fiquei pensando na importância do tal livrinho e admirando as ruas e as igrejas da cidade, quando partiu a minha estranha máquina para uma outra época, outro lugar. Para onde e para quando iria a seguir, quem eu encontraria? Estava adorando a viagem e só lamentava que não podia ficar um pouquinho mais de tempo nos lugares e também lamentava o fato de não ter levado comigo uma máquina fotográfica ou uma filmadora, se é que funcionariam. Ao chegar no novo local, fiquei abismado diante de uma impressionante visão.
Estava participando de um momento extraordinário, pois presenciava um triste e trágico acontecimento da história da cultura humana. Ao ver as labaredas, meus olhos se encheram de lágrimas.

CONTINUA

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MARCIANO VASQUES
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