Usina de Letras
Usina de Letras
64 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62206 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10354)

Erótico (13567)

Frases (50603)

Humor (20029)

Infantil (5428)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Ordinais -- 01/11/2000 - 13:00 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os números ordinais desafiam a humanidade há mais de mil anos. Poder-se de dizer que já passamos do milésimo ano em que a questão dos números ordinais desafia a humanidade em sua constante tentativa de comunicação. É certo que esta questão atormenta a muitos, mas para a polícia e as organizações militares em geral, tornou-se uma questão de sobrevivência, de identidade. O policial iniciante não pode vacilar, ele tem que se sentir parte da 345ª Delegacia. O soldado tem que se sentir parte do 175º Batalhão, sob pena de desestímulo e talvez mesmo de deserção. Mas como, se nem dizer o nome da unidade se consegue? Esta forma de designação tornou-se um problema sério.

Se para estes os ordinais são um problema, há quem aparente apreciá-los. Alguns descendentes de italianos também gostam dos ordinais para os filhos. Mas só alguns. Primo, Sétimo. Nono não. Nono é avó, como ensinou nossa novela das oito. Há quem diga que Otávio foi um erro do cartório - seus pais queriam dizer Oitavo. Eu realmente duvido. Talvez a motivação seja a mesma dos militares. Primeiro, terceiro, até o décimo é fácil. Depois pode complicar, mas até o vigésimo vai. Após, fica difícil. Assim como ninguém há de pensar em ter mais de vinte filhos, talvez não tenham pensado em ter mais de vinte delegacias, batalhões ou distritos.

Ao inaugurar uma nova delegacia, o primeiro ato do doutor delegado deveria ser o ensino da correta forma de referenciá-la. Já nas academias deveriam ter um cuidado especial com isto. Nas aulas de Jargão III, entre os "positivos", "operantes" e "viaturas" deveriam ensinar em detalhe a formação dos números ordinais, incluindo exercícios exaustivos de pronúncia rápida. Aulas semelhantes seriam dadas nas faculdades de jornalismo.

Falando assim da décima quinta parece besteira. Quem não sabe? Mas imaginem a 253ª DP. Quem saberá? E quem entenderá se alguém falar corretamente? Fica tão comprido que quando se termina de falar, o ouvinte já esqueceu o início.


Escrito em 25.07.2000
Publicado na Crónica do Fauth em 26.10.2000 (http://planeta.terra.com.br/arte/fauth/)
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui