O sentido deste dia que se finda,
Deste novo dia,
É amar.
Pra que viver
Se não pra amar você?
Pra que sobreviver
Se não pra melhor te servir?
Nem mais ter,
Nem mais glória
Nem mais poder,
Nem mais fama,
Consola meu coração
Que doidamente te ama.
Não planto nada,
Não sou Rei, nem Barão
Do café, ou algodão,
Ou soja, ou do trigo
Ou cana, ou milho
Ou fumo, ou cacau
Nem Rei do Gado.
Nem empreendo
Qualquer (agro)negócio
Apenas sou gigacampeão
Nos diversos torneios
De criar e manejar versos,
Com aliteração,
Seus vieses, avessos,
Ou com variegadas rimas,
An-, trans- e re-versos.
Só do trabalho assalariado,
Opero versos também
Guerrilheiros líricos,
Amorosos, esfusiantes,
Entusiastas, contagiantes,
Eróticos e inebriantes
Que cometo e recomeço
Em círculos viciados
E viciosos de alegres retornos,
Eternamente retorneados
Anos a fio,
Que esmero, lapido e torneio
No calor ou no frio
De cabo a rabo
De fio a pavio.
---Gabriel da Fonseca.
---Às Amigas, 08/09/07, 1040.
Gabriel da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 05/06/2008
Código do texto: T1021296
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