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Poesias-->POESIA NO GUARANÁ -- 25/02/2001 - 00:30 (MARCIANO VASQUES) |
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POESIA NO GUARANÁ
Tardes no rio escorriam
Verdes bailavam, folhas sorriam,
mas,
um filho faltava,
pra felicidade total
sorridente, chegar no casal
que
numa inesquecível manhã,tal presente
pediu a Tupã,
que atendeu:
linda criança nasceu, a tribo comemorou,
o vento anunciava, o filho que chegou.
Que coração tinha o querido!
Quando no mato encontrava animal ferido,
providência tomava:
dele cuidava com dedicação.
Na sobrevivência caçava, pescava,
mas, nunca matava bicho em vão.
Crescia alegrando o casal.
Na tribo, admiração.
Pela floresta, nas claras águas da pesca,
um segredo desconhecia
e ninguém lhe revelava,
mas insistia:
-Jurupari? Quem era afinal?-
Nada sabia do espírito do mal.
Formoso, inteligente e bondoso,
despertou inveja, ódio,
no maldoso Jurupari,
que caçava o episódio no qual pudesse –espírito do mal que era-
o inocente prejudicar.
Na floresta, por uma fresta reparou
o menino entre os animais.
E a todos espantou, com vendavais.
Com a fuga dos amigos, o filho da terra entristeceu,
cabisbaixo, rio abaixo, abatido,
sofrido.
Assim lhe fez
o leviano Jurupari
-invejoso, perverso, odiosa criatura do universo!
Terrível a sua próxima obra:
ao ver entre frutos o filho da tribo,
o traiçoeiro fez-se cobra
covardemente picando
quem serpente não temia, pois seus segredos conhecia.
Só não imaginava Jurupari ali,
na árvore enrolado.
Demônio!
Seivas, raízes, folhas e flores perplexas:
-Por que isso fizeste, Jurupari?-
Mas, não responde o ingrato,
e se esconde no mato!
Ao encontrarem sem vida o valente,
a dor invadiu a alma da gente.
Um filho se foi, por causa da inveja:
-Por que lhe ocultaram Jurupari?- pergunta, de dor encharcado,
o pai.
Troveja. É a voz de tupã:
-Plante os olhos do filho amado!-
Calado, o pai obedeceu.
Um dia, o chão amanheceu.
Nasceu o guaraná:
em cada bago, coisa de mago, os olhos voltavam.
E a cada retorno, nos azuis sorria Tupã, pois a maldade fora vã.
*****
MARCIANO VASQUES
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