Do cancioneiro popular. Hoje, no banheiro, eu me danei a cantar.
“Sei que falam de mim, sei que zombam de mim, ó Deus, como sou infeliz. Vivo à margem da vida, sem amparo ou guarida, ó Deus, como sou infeliz. Já tive sonhos, tive carinhos, já tive amores, os dissabores levaram minh’alma, por caminhos tristonhos. Hoje sou folhas mortas, que a corrente transporta. Ó Deus, como sou infeliz. Eu queria um minuto apenas, pra lá..lá (esqueci) minhas penas, ó Deus, como sou infeliz.//// Negue, o teu amor, e o teu carinho. Diga que você já me esqueceu. Negue, machucando, com jeitinho. Esse coração que ainda é seu. Diga, que o meu pranto é covardia. Mas nã esqueça, que você foi minha um dia. Diga que já não me quer. Negue que me pertenceu. Que eu mostro a boca molhada, ainda marcada, por um beijo teu. //// Sei que ainda mora em ti um pedacinho de mim, um amor tão grande não se acaba assim, feito espumas ao vento. Não é raiva passageira, coisa de momento, se eu pudesse voltar, meu amor, , eu voltava pra ti de novo. Coqueiro velho, ab atido pelos anos, ninguém sabe dos teus desenganos, dessa palmeira quebrada, caída, no chão. //Alguém me disse que tu andas novamente, de novo amor, nova paixão, toda contente, conheço bem tuas promessas, outras ouvi, iguais a essa, esse teu jeito de enganar conheço bem. Pouco me importa que te beijem tantas vezes. E nem que mudes, de amor, todos os meses. Se vais ficar, como eu fiquei, fazendo amor, em algum lugar, mas sem ter nunca, amor tão grande, como lhe dei. //
Papai!...mamãe disse pra desligar o chuveiro!..Tá bom!..Mas então eu posso continuar meu cancioneiro?!....Acho que sim!..... Em outro lugar.
Domingos Oliveira Medeiros
07 de novembro de 2002
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