Ia eu pela terra do verde, tão cantada por Miguel Torga e eis que me deparo com um "sítio"de apreizarados cabrões habituados aos piores vícios e maus costumes...uma comunidade de lerdos "senhores e senhoras" acostumados com o extrapolar da legislação lusitanamente instituída,em suma, bem ao estilo do portuga...em Portugal.
Esta "quinta" dedicava-se a matar o tempo, sendo o móbil deste crime: o faz de conta que faz,o boicote labrego...e tudo por culpa do seu capataz:
Zé Colmeia,com cara de borracho,vermelhusca, dentes de ferrugem, cabelo à s cores, consoante o dia e a posição do sol, porque da chuva ele tem "arreceio",como ele tão lindamente profere, apresentando os seus caninos amarelos.Por este linguajar tão próprio da sua terrinha, é constantemente absolvido:afinal o homemzinho era assim mesmo, que mal tinha utilizar "iscolhão" por escolham?
Havia muita tolerància e compreensão lá para aquela banda!!!
Se o ofício de Zé Colmeia fosse catar as ervas, até se entenderia, porém, o seu ofício era"supervisionar"o pessoal, logo,na opinião de alguns iluminados é bastante importante saber ler e escrever com correcção...porém, lá para aquele sítio...vive-se um clima de apadrinhamento, de ostracismo em nome do grupo, conhecidos desde a infància, uma de tu lá, tu cá, e improprérios a rigor.Coisa muito normal...
Zé Colmeia pensa à noite como há-de "lixar"a malta, quer superiores, quer inferiores à sua patente, preocupando-se com pormenores mesquinhos, os quais concorrem para o aquecimento das línguas viperinas da quinta da Cabreirada.
Chamam-lhe o papa sol...eu chamei-lhe outro nome, não em prol do famoso Zé Colmeia, mas porque e simplesmente observei o Zé a vender uns frasquinhos de mel e foi-me dito que ele tinha umas colmeias.Ouviu-se dizer também que um dia elas se enervaram com ele e ferraram-no todo!!!Ouviu-se dizer também que o Zé tem cartões de visita que entrega ao pessoal,estando nos mesmos uma apresentação dos produtos que a sua mais que tudo,Elisinha dos limões,confecciona:bolo rei e pão de ló, rissóis e bolinhos.
São tudo, claro, vozes invejosas...porque o Zé até tem um advogado que afirma que ele não é má rez, tem é um parafuso a menos...Muitas opiniões sobre um senhor tão mal apessoado, radicando-se na pena que têm do Zé:ele até nos enche a casa de mel , couves e ovos, dá-nos um bolinho quando o rei faz anos e mais que tudo, dá-nos dias de folga até dar com um pau... rematando com a frase "carinhosa:" e ele é que é da nossa terra!"E vai daí dêem-se alvísseras e honrarias que tais ao Zé!!!
Há ainda os "iluminados" que fazem parte da conjuntura, os quais estão perplexos com tamanha boçalidade e contágio, nessa quinta situada mesmo ao ladinho da Bracara Augusta...
Como o engodo é tamanho, pautado pelas leis que inventam durante o sono, sendo o grau de desobediência tal...para gaúdio dos súbditos do Zé(que na confusão reinam...)estes "doutos"(iluminados ainda)...presumem, à parte umas nevrites de ansiedade (por engolirem sapões) vão tentar saír à la française e da Cabreirada nunca mais vir a saber... até porque podem vir a sofrer de boçalopatia!Irra!
Tudo isto aconteceu contra os iluminados superiores(boicotes, guerrilhas, ódios, malediência, mesquinhez=a alma da Cabreirada!)só porque não cederam a empregar a mulher do Zé no sítio onde ele é o capataz, até porque eles estavam a pagar a carroça dominical!
O Povo muito mau colocou um letreiro à porta do Zé"A tua mulher nem para limprar trampa serve!".Esta foi reles, mas eficaz..todavia sobrará para mais uns escanzelados que no caminho do Zé se atravessarem...
Despedi-me de fininho...e nunca mais quero sentir aquele arrepio de nojo, prefiro a indiferença...e o desprezo...coisa difícil quando se vive com eles e outros como tais...
Elvira:) |
