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Contos-->OS CACHORINHOS ANÃOS -- 05/03/2001 - 19:15 (Daniel Fiúza Pequeno) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os cachorrinhos anãos



Autor: Daniel Fiuza
02/03/2001




Às ferias de junho haviam chegado, e mais uma vez eu iria para a casa da tia Odete. Para mim com meus doze anos de idade, era o local ideal. Eu adorava aquela casa, não era só por eu ter nascido ali, mas por outros motivos também. O primeiro era a própria casa, que na realidade era quase um sítio, muito mato, árvores para todos os lados e espaços imensos para brincar. Os outros eram a quermesse da igreja, e pelo meu amiguinho Delano que morava vizinho. Delano era dois anos mais novos que eu, era o único filho de uma prole de cinco, ás sua irmã eram muito bonitas, mas tinha uma em especial, a Carolina. Carolina foi minha primeira paixão, mas isso é já é outra história. Delano era um garoto ingênuo, sempre na barra da saia da mãe, estudava em escola particular, o pai ia buscar e leva-lo todos dias, sua mãe só deixava ele brincar comigo, por ser vizinho e conhecer minha tia Odete, Delano era considerado filhinho de papai. Eu era para ele uma espécie de mestre, tudo que lhe dizia ele acreditava piamente. Com doze anos eu tinha muita experiência, era um verdadeiro moleque de rua, crescia livre e solto, não por displicência de minha mãe, mas sim por contingência do destino. Minha mãe era viúva, com sete filhos, pobre e sem recursos, tinha que trabalhar muito, e os irmãos maiores eram quem cuidavam dos menores. Quem ver a mansidão que sou hoje, nunca iria imaginar como eu era um menino arengueiro, brigava por qualquer besteira. Se alguém relasse o dedinho no Delano tinha que se haver comigo. Delano era fraquinho e usava óculos, mas contava com minha proteção. Como não existia água encanada, muita gente tomava banho no fundo do quintal, perto da cacimba, o famoso banho de cuia. Ieda era a vizinho do outro lado, devia ter seus dezoito, vinte anos, era bela, mas com uma beleza diferente de hoje, tinha um corpo forte, carnudo, sem ser gorda, uma pele macia e limpinha, hoje me lembra as musas pintadas por Renoir. Descobri que Ieda tomava banho todo os dia ás cinco da tarde, a cacimba da casa dela ficava bem em frente do bananal. Escondido entre ás folhas eu ia todos os dias ver Ieda tomar banho, ficava maravilhado com a beleza dela. Contei o caso para Delano e convidei-o para apreciar esse filme grátis. Delano aceitou, mas na hora percebi que estava morrendo de medo, mas mesmo assim ele foi. Durante uma semana nos deliciamos com aquele quadro de extrema sensualidade. Delano na sua ingenuidade caiu na besteira de contar para sua irmã mais velha, essa por sua vez, na primeira encrenca com ele, foi enredar para a mãe, os nossos atos de voyeurismo. Resultado: A mãe do Delano falou para minha tia, e essa me deu uma pisa de cinta. Delano pegou uma semana de castigo sem poder brincar comigo. Fique muito chateado com ele, e decidi que de alguma maneira eu iria de vingar dele, pois não aceitava sua traição. Nos dias sem Delano fique perambulando pelo quintal, pela casa, sem ter o que o fazer. Fuçando no quartinho onde se guardavam mantimentos, achei um ninho de rato. Uma rata tinha acabado de parir, e vários ratinhos vermelhos se mexiam ainda de olhos fechados, foi quando tive a minha idéia luminosa, de vingança. Assim que acabou o castigo, procurei delano, e disse–lhe: - Amigo, você não quer uns cachorrinhos anões?– Cachorro anão? Existe isso? Indagou Delano desconfiado. – Claro que existe! O filho da lavadeira me deu seis, posso te dar três! Falei para ele com cara de sério. - Se você ta dizendo então eu quero! Disse-me ele interessado. Mandei-o esperar, fui correndo pegar os ratinhos, peguei os três na mão e levei para o ingênuo garoto. Falei para ele levar, e mostrar logo para mãe dele. Ele saiu saltitando de felicidade, e correu para mostrar seus cachorrinhos anãos. Assim que ele saiu, eu rolei no chão de tanto rir, minha vingança estava feita, só não contava com ás conseqüências que o meu ato iria causar para mim. Dez minutos após delano levar os ratinho, a mãe dele apareceu na casa da titia, conversaram em particular na sala, quando ela foi embora, minha tia me chamou com aquela voz grave, diferente, num tom que eu já conhecia. Lá vinha outra surra pela frente. Tia Odete me aplicou um sermão de meia hora, e para minha surpresa não me bateu, mas em compensação me deu um castigo terrível; Simplesmente me proibiu de ir para a quermesse. Eu preferiria dez couros de cinta em troca daquele castigo. Na última semana de ferias, fique sozinho em casa, enquanto toda a cidade estava se divertindo na quermesse da igreja. Do que me lembro, aquele foi um dos piores castigos que recebi na minha infância.

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