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Contos-->A Romãzeira e o Rouxinol - Alice de Toledo -- 01/07/2007 - 14:02 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Romãzeira e o Rouxinol
Alie de Toledo

Era quase noite!
Os últimos raios de sol deixavam, aos poucos, de iluminar a terra. As aves buscavam seus ninhos.
Numa Romãzeira em flor; pousava pequenino pássaro Delgado, de plumagem cinzenta, bico pontudo, asas bem curtas, verdadeira obra prima da simplicidade. cantava maviosamente.
Era um Rouxinol.
Habituada a ouvir os alegres trinados desse assíduo visitante, que mudavam de entonação a cada momento, a romãzeira notou a presença da melancolia em seus gorjeios, parecendo um lamento de dor.
Desejando descobrir o que se passava com o Rouxinol, pôs-se a refletir:
Teria ele perdido algum ente querido?
Será que sua tristeza é por que seus irmãos no Nordeste estão sem teto, pois a maioria das árvores perderam suas folhas, por falta de chuvas e, muitos deles estão morrendo á fome ou são calcinados pelo causticante sol?
Será que ele, imagem do Universo, esteja rogando ao Criador a extinção desse terrível morticínio dos seres vivos no Oriente Médio?
Não sei. O certo é que o canto do Rouxinol sempre denota contentamento, ás vezes á a marca da tristeza e da angústia.
As horas se passavam. O Rouxinol ia mudando o tom sucessivo de seu canto. Já se podia ouvir os primeiros acordes do entusiasmo e da alegria.
Era a Aurora que surgia no horizonte, antecedendo ao nascer do sol, retratando o milagre da criação. Nesse exato instante, ele cantava a esperança e o amor.
Saudava o alvorecer do novo dia.
A Romãzeira, absorta em suas divagações, foi despertada por leve bater de asas. Era o Rouxinol que partia, e ela ficava a monologar:
“É muito difícil penetrar no âmago dos seres”! Nossa percepção, de quando em quando, é tolhida por obstáculos invisíveis. Em nossa vida sempre aguardamos: um novo dia, em que, os pesadelos se dissipem e nos deixem a paz, a tranqüilidade e a coragem.
O Rouxinol se foi, certamente, voltará ao entardecer, mas não estou sozinha. O sol já vem espalhando seus raios sobre a terra. Que maravilha!
Nesta fração das horas ele traz a alegria, companheira indispensável á vida.
As Formigas e a Romãzeira
No quintal de minha residência havia uma romãzeira, pequeno arbusto considerado ornamental e medicinal. Todos os anos, na primavera ficava coberta de flores que no outono eram transformadas em romãs. Flores e frutas atraiam aves, especialmente, pardais, beija-flores, bem-te-vis, e insetos: cigarras e as borboletas. Era maravilhoso o ouvir os gorjeios dessas aves canoras, o canto das cigarras e o vôo clássico das borboletas.
Nesse belo quadro pintado pela natureza não poderiam faltar as formigas. E ali estavam estes insetos que vivem numa sociedade organizada; amam a obscuridade, existindo mil espécies diferentes, todas têm seus costumes, seus caracteres particulares. São corajosas, caridosas, devotadas e altruístas.
E como era interessante vê-las subir no tronco (caule) da Romãzeira e se aproximar dos galhos onde estavam pousadas, sempre, sempre as aves canoras, certamente para escutar os gorjeios do Universo. As formigas, que dão ao Mundo o maior exemplo da solidariedade, como diz o grande escritor e poeta belga Maurice, Maeterlinck resolveram, para o bem da comunidade,construir um formigueiro, seu mundo encantado, debaixo do tronco e raízes da Romãzeira, por que somente assim, poderiam ouvir tranqüilas as belas melodias,enquanto trabalhavam. Começou a construção. Dia e noite a executar suas tarefas precisas.
Eram as operárias, as varredoras, as transportadoras de provisão, as armazenadoras, as que cuidavam da plantação dos cogumelos, alimento preferido por todas; as emissárias,
as que cuidavam das rainhas e das formigas pequenas e as que montavam guarda á entrada do formigueiro. Em poucos dias o formigueiro estava construído.
Mudaram-se para o novo palácio encantado.
Na pressa de viver novos dias suavizados pelos sons melodiosos, presente daquelas aves canoras, esqueceram-se de manter o sustentáculo da pobre Romãzeira.
Suas raízes foram destruídas, o tronco ficou inseguro. Sem apoio, sem poder retirar do solo seu maior alimento: a água, ela secou e feneceu. Seus galhos e tronco foram separado para a fogueira da noite de São João que estava próxima. Mas, nem tudo é perdido na vida.
Galhos e troncos se transformaram em fogo; suas chamas iluminaram naquela noite de São João os espaços que lhe foram destinados. Luzindo encerraram suas atividades na Terra unidas aos festejos juninos.
As formigas por que não prestaram atenção em salvaguardar a Romãzeira foram castigadas. Agora, não poderão ouvir os gorjeios que eles tanto adoravam. Permanecerão no formigueiro a trabalhar como sempre: dia e noite sem tréguas e dirão: devíamos ter sido previdentes na execução das tarefas.
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