Usina de Letras
Usina de Letras
220 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->18. REFLEXÕES MORAIS SOBRE OS GANHOS DE CAPITAL — MARCELO -- 07/11/2002 - 08:06 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Os poderosos da Terra sabem distinguir, no fundo de suas consciências, quais os deveres que têm para com seus semelhantes. Nada mais justo, portanto, do que cobrar deles manifestação favorável ao aparecimento de entidades caritativas que possam salvaguardar e resgatar os parcos haveres dos pobres, naquilo que têm de mais precioso: a sua força de trabalho e a humildade com que, muitas vezes, recebem a paga de cada jornada ou a recompensa pelo labor dado a mais, à guisa de colaboração e por causa de seu espírito altruísta e desinteressado. Sempre que, no entanto, as pessoas, sejam de que categoria forem, crescerem em ganância, em incontido desejo de submeterem o próximo ao seu domínio, quer advenha do poderio econômico, quer se adstrinja a meros pareceres técnicos, tudo sendo medido a poder de dinheiro, todos estarão sujeitos a prestar contas de seus atos aos tesoureiros do espaço, que guardam indeléveis registros de todas as dívidas contraídas no jogo de interesses ao qual se entregam inadvertidamente os encarnados.



Vamos contar caso elucidativo.







Quando Marcos desejou a pintura de mural que adornasse bela mansão que possuía, solicitou o favor a amigo famoso por suas habilidades em pintar quadros e, por isso, propenso à ganância do dinheiro fácil.



Combinado o preço, pôs-se o artista a executar animado e promissor serviço, cônscio de seus deveres, mas atento às especulações que fazia junto à bolsa de valores. Eis que, por artifício especulativo, seus lucros ameaçaram cessar; mais ainda: prejuízo inevitável se colocou em seu horizonte, como sombrias nuvens carregadas de ameaçadoras tempestades financeiras. Seria a derrocada final. O artista, cujo nome, por enquanto, nos abstemos de mencionar, cobrou, então, antecipadamente de seu amigo a quantia contratada, exigindo-a mesmo para dar prosseguimento à obra.



Marcos se viu diante de dilema: ou atendia ao pintor ou teria a sua casa enfeada por arremedo de pintura, além de todo o prejuízo, quer com o gasto efetuado no instrumental necessário e na preparação da parede, quer na quantia que teria de despender para recomposição de sua casa. Não hesitou: pagou o combinado e ficou na expectativa de que a obra compensasse, através de melhor avaliação da propriedade por ocasião de futura venda.



Tal expectativa, entretanto, foi frustrada. De posse da importância, o artista abandonou o serviço e se pôs em novas especulações financeiras que, dado o momento crítico por que passava o país, acabaram em bancarrota. Eis que se viu, de repente, na miséria e endividado; mais ainda, na contingência de ter de deixar a região, acossado que foi pelos advogados do rico proprietário e desacreditado junto à opinião pública.



Foi aí que se pôs a conversar com irmãos espíritas, junto aos quais encontrou apoio e lenitivo para sua desesperança. Consolado por palavras amigas, conseguiu recompor-se moralmente, voltando de novo ao trabalho que, com extrema destreza, desempenhava, vindo, em pouco tempo, a reconquistar a fama que fora ameaçada. Procurado pelo artista, antes mesmo que a justiça humana pudesse alcançá-lo, Marcos permitiu-lhe que recomeçasse os trabalhos, os quais, uma vez terminados, estavam ainda mais bonitos e bem feitos do que estariam, caso fossem concluídos em desarmonia espiritual.



Evidentemente, houve reatamento da amizade e puderam ambos usufruir vida em comunhão, pois o exemplo de Cláudio — agora sim citado, porque as vibrações já são positivas— , através de minucioso relato que fizera a Marcos e a toda a família reunida, foi inspirador e hoje ambos freqüentam juntos centro de recebimento mediúnico e de caritativa distribuição de bens materiais e morais, jungidos a objetivo comum: o de embelezar o mundo através de preces comovidas e de lições evangélicas que, com sua capacidade, foram capazes de aprender e de transmitir. Não são mais vaidosos e perniciosos, pois se abstiveram de explorar os semelhantes: ao contrário até, pois são capazes de abrir mão de valiosos pertences para poderem auxiliar na dissipação da ignorância e do sofrimento.







Eis que o caso chega ao fim. Quisemos ilustrar com propriedade o que vínhamos afirmando, ou seja, que não devem prender-se os encarnados a absurdos ganhos de bens materiais, os quais vão adentrando sorrateiramente o coração, onde estendem suas garras dominadoras e onde tendem a fixar-se por longo período, durante o qual fica o homem incapacitado para o bem e propenso para o mal, através da exploração do trabalho alheio, quer exigindo pela coação da força, quer insinuando-se, maliciosamente, através de favores inconfessáveis, de promessas de benefícios ou, ainda, por meio de vigorosas palavras que persuadem pelo argumento, uma vez que buscam tocar o homem no que tiver de mais frágil na composição de sua personalidade.



É chegada a hora, irmãos, de compreendermos o valor do sacrifício, do desprendimento, do comprometimento com a verdadeira fé, que se desliga do mundo material para sobejar em fraternidade e em amor ao próximo.



Vamos aguardar pacientemente que os humanos passem a agir segundo estes princípios evangélicos. O que temos podido observar, entretanto, é que, fruto da avidez com que muitos se atiram aos lucros fáceis produzidos pelos investimentos em fundos de participações de capital, a população toda sofre, procurando defender-se, por sua vez arriscando os parcos recursos de que dispõe através dos salários de seus empregos, investindo em cadernetas de poupança, que remuneram mal e que incrementam os lucros dos banqueiros, ou gastando em loterias, por meio das quais a ganância do poder público estimula, através da perspectiva dos ganhos fáceis que despertam, a cobiça dos bens alheios. Tudo vai mal nesse setor.



É preciso que tomemos consciência de que os lucros materiais são altamente perniciosos para o crescimento espiritual que a cada um se pede, para que possa manter-se em progressão, na direção dos caminhos iluminados pela palavra do Cristo. É preciso, irmãos, mourejar, sim, trabalhando com afinco na construção de férrea vontade, que possa prescindir desses bens materiais supérfluos, que são a inspiração mórbida a incentivar os desajustes morais no campo da busca constante de se chafurdar ainda mais em vida de conforto material, mas de desagregação do homem de sua perspectiva de progresso. Eis que surgem, no campo econômico, medidas governamentais que visam a restringir os ganhos, pois sabem esses governantes que, mesmo no campo físico, as desavenças sociais causadas por esses sistemas de lucros fáceis estão prestes a desencadear motins e movimentos de rebeldia social, a provocarem desajustes, cujos resultados se medirão por incontroláveis perdas e profundas transformações que se operarão no fundo da alma de cada um.







Mais tarde voltaremos ao tema, pois esgotamos a nossa argumentação e estamos causando um pouco de perturbação na mente do médium. Sabemos que o assunto demandará espíritos mais aptos a prestar novas informações a respeito e pomo-nos à disposição para prosseguimento do debate, sempre que nos for solicitado momento de reflexão. A cada dia que passa, mais e mais estamos contentes em podermos prestar esclarecimentos sobre a vida do homem encarnado.



Fomos convidados a postar-nos em cadeira aqui perto, para assistir à continuidade dos trabalhos. Perdoe-me, irmão, por tão de repente ter assumido o comando de sua caneta. É que nos foi assinalado que poderíamos fazê-lo sem constrangimento. Agora me despeço muito feliz por ter contribuído, mesmo que tenha sido um pouquinho, para que os trabalhos decorressem em harmonia e paz.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui