MÃE ( II )
MÃE II
Provavelmente, daqui para a frente
Saberás a dor
De quem disse Não.
Saberás do Sim; o peso e o deleite,
a insegurança,
de novo o medo,
de novo a dúvida.
Mas agora, o duvidoso é enorme.
Saber se é certo, se vai ser ruim,
Se não vai ser...Como saber?
Nas mãos que tremem, um outro alguém.
Não mais importa “quem é você”.
Você é você – e mais alguém.
E neste satélite, neste micro;
nesta minúscula parte de ti
Há já desenhado –caixinha de genes-
Um homem, ou uma mulher.
Não importa tanto o que te importava.
Mudou teu chão. Mudou o espelho.
O mundo inteiro parece outro:
Mudou o mundo,
Mudou também.
Poderia ser Não,
Mas desta vez, dissestes Sim.
E dizer sim,
É apaixonante,
É embriagante,
É cansativo...
Como todo planeta onde mora o amor:
Vai cansar-te um dia, e continuarás.
Vai ferir teu peito,
E te morderás,
Vai te dar orgulho,
Emocionar-te
E te despertar.
Vai te transformar.
Como borboleta
Que era casulo.
Nenhuma delas, poderia não ser.
E desta vez, viraste Mãe.
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