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Artigos-->17. BRADO DE REVOLTA — JOÃO (ALUNO) -- 06/11/2002 - 08:06 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É grande a nossa necessidade de afeto. Sempre que o homem encarnado busca realizar desejos de satisfação, em qualquer campo a que volte sua sensibilidade, tem de aspirar pelo retorno da benquerença, como se fosse possível estabelecer princípio de “chantagem”, como se a sociedade só pudesse conviver dentro de sistema de barganhas emocionais, de compra e venda de sentimentos, em constante busca de lucro, mesmo que seja no campo sentimental, nos domínios do coração. Hoje, nós temos a triste impressão de que não existe no mundo nada que não esteja intimamente vinculado ao desejo de lucro, em constante espoliação dos bens alheios, sem comiseração pelos resultados tenebrosos que muitas vezes são atingidos, diante de atitudes que, para serem criminosas, pouco falta. É preciso debelar esse espírito de querer levar vantagem em tudo, que está estruturando a mentalidade vigente na sociedade, mesmo quando, sorrateiramente, as pessoas visam a adentrar os lares mais humildes, com o intuito de levar dali o que de melhor os pobres têm: um coração puro, que pode, através da inocência da atitude e do desarmamento da malícia, ser a tábula rasa sobre a qual se devem espargir as luzes do espiritismo e da evangelização.



Através de perniciosa propaganda, os meios de comunicação cobrem todos os aspectos da vida mental e atingem, com propriedade cientificamente calculada, todos os escaninhos da mente humana, dominando, muitas vezes, até mesmo a vontade mais segura, o ponto de vista mais arraigado, causando males psicossociais de grande monta, liberando desejos de posse e propiciando espírito de revolta que, através de idéias de injustiça, conduz muitos indivíduos a praticarem atos de delinqüência, chegando ao crime, que deverá ser “castigado” para reparação dos males causados. Esses criminosos da mídia muito terão com que se haver em seu futuro arrependimento, mas aí será tarde, pois o desencadeamento sucessivo de atrocidades que ensangüentarem o mundo estará a marcar difícil reatamento com as normas morais propugnadas pelo Cristo, sob o amparo das leis de Deus.



Ainda agora temos a impressão de tudo caminhar em paz e harmonia, mas sabemos, no fundo dos corações, que a calma é aparente e que fervilham as intenções de rebeldia. O homem está no aguardo de decisões governamentais de quantos detenham nas mãos o poder econômico, social e religioso. Caso, em breves dias, não se revelar luz de esperança de mais igualdade entre os homens, tememos que sangrenta revolução se faça necessária, do ponto de vista dos desesperados e dos injustiçados, para que venham a ser sanadas as diferenciações sociais, pelo menos as mais elementares, as que têm por objetivo a capacidade de se alimentar de um povo que vive e morre na miséria mais cruel que já grassou junto a qualquer sociedade que, me lembre, se tenha organizado sobre a face da Terra em todos os tempos.



Não tememos vaticinar a desgraça, pois não se trata de vaticínio. Basta percorrer as ruas e vielas das cidades para termos a confirmação de que a desgraça existe espalhada pelos mocambos, pelos cortiços e pelas favelas. Homens, mulheres e crianças se apertam em cubículos infectos, cheios de chagas produzidas pelos animais contaminados pelos mais variados tipos de doenças. E dessa infelicidade material, sem qualquer resguardo espiritual que pudesse trazer luz de esperança, é que partirão os gritos de revolta e os atos da loucura “santa” que porão por terra esta sociedade corroída pelos vermes mais sórdidos da corrupção subjacente nas ideologias do domínio e da exploração.



Precatem-se vocês, que têm o coração alertado, e procurem, dentro do que está sob seu controle, estender malha de sabedoria, manto de proteção, para que nem tudo se perca e possa subsistir um pouquinho do muito amor que se espraia através das lições e dos conhecimentos que os espíritos estão enviando para todos. Os que puderem devem sair em defesa dos pobres, para que a sociedade possa passar pelas agruras, sem que haja sofrimento insuportável para todos. O momento é de extrema dificuldade, mas temos recursos para obstar o mal maior. Vamos orar pelos que se debatem nas trevas da ignorância e levar-lhes a nossa luz de conforto mediúnico, para que possam vislumbrar caminho de salvação que não seja o da dor sobre a dor, o do acréscimo do sofrimento ao terrível sofrimento que medra nos corações dos menos aquinhoados pela distribuição insólita dos bens que a sociedade atual estabeleceu.



Vamos orar e trabalhar, irmãos, que a nossa atitude terá o condão de afastar o mal maior e de propiciar revolução sem sangue, cheia de amor e de generosidade. Vamos orar e trabalhar, pois só assim evitaremos a tristeza de se provocarem desperdícios de encarnações. Vamos orar e trabalhar, para que tudo venha a se concretizar segundo a orientação maior do Cristo e de acordo com os princípios emanados das leis de Deus. Vamos orar e trabalhar, para atingirmos os estágios mais avançados da civilização, que conhecemos esparramados pelo orbe, junto a populações que prezaram mais o desenvolvimento do grupo que a riqueza do indivíduo. Vamos orar e trabalhar, para fazermos jus ao prêmio maior da consolação do Senhor. Vamos orar e trabalhar, para honra e glória do Senhor!







Escreve um irmão em dor, apreensivo pelo desenvolvimento dos motivos de brigas e pela insuflação de idéias de liberdade sem contenção junto aos pobres, que se aplicam em vinganças e que jazem oprimidos nas mãos dos justiceiros e das forças policiais que a sociedade organizou para preservação dos bens de uns poucos poderosos, que disseminam a maldade em frenética busca de crescimento material, sem nenhuma comiseração por quantos morrem chacinados pelas máquinas mortíferas, o símbolo mesmo desse poder desumano, que está nas mãos de homens sem coração, mais aptos a arderem no fogo do inferno do que a tecerem hinos de enaltecimento ao Senhor.



Muitos são os que se julgam superiores e donos da verdade. É por isso que este espírito pede sua atenção para esses fatos. São muitas as pessoas que precisam conscientizar-se dos crimes que praticam, que são ainda mais hediondos quando se sabe que provocam outros crimes em represálias, como é o caso dos seqüestros e latrocínios.



Quem não gostaria de poder viver na riqueza, em mansões, com automóveis disponíveis nas garagens, com uma porção de lacaios prontos à bajulação, para poderem arrecadar um pouco do muito que sobeja a esses malandros do bem viver?! Eis aí a causa de minha própria revolta. Estimo que esteja tendo a oportunidade de me rebelar, eu mesmo, e afirmo que, se não fosse pelos meus sentimentos já desenvolvidos de amor e de benemerência, iria insuflar no espírito desses pobres coitados sofredores, idéias de revolta e de rebelião.



Hoje, os nossos companheiros me estão impondo as mãos sobre a cabeça, para que possa serenar, ficando com o espírito pronto para o trabalho. Mas que dá nojo, dá, essa sociedade de malucos que, visando a interesses de quinta categoria, se joga nos braços de quantos espíritos estejam com a intenção de bagunçar, de desorganizar, de desorientar a todos, em insensata festa de conquistas maldosas e temerárias.



Graças a Deus, estou sendo encaminhado para instituição de restabelecimento e de contenção dos impulsos mais primitivos, mas que um pouco de razão tenho para me rebelar, disso ninguém me fará descrer.



Sinto muito pela perda de tempo que causei ao irmãozinho que está dispondo-se a me ouvir, mas precisava desabafar, pois, durante muito tempo, contive minha voz e hoje sinto necessidade de “pôr a boca no mundo”, de conclamar a todos para que fiquem atentos para as maliciosas intenções de quantos, utilizando-se de meios tecnológicos avançados, frutos de muita pesquisa científica séria, no campo da experimentação e do conhecimento humano, conseguidos com o sacrifício da existência de muitos pioneiros, os desviam dos caminhos mais honestos e preciosos, para a consecução de objetivos espúrios, condizentes com a mesquinharia de seus corações.



É preciso ficar atentos, irmãos, para não serem iludidos, vocês mesmos, e para poderem pôr freio nessa desabalada carreira de crimes e de perjúrio, pois ninguém que se interne na carne vem com o escopo definido de levar, pela maldade, os semelhantes à desgraça e à miséria. Por isso, repito: vamos orar e trabalhar, para salvaguardarmos os princípios mais profundos e mais sérios das promessas que o Cristo fez para quantos conviverem com a intenção de estar com ele no coração, em justa, definitiva e respeitosa coerência com as leis de Deus.









COMENTÁRIO — MARCELO E EQUIPE



Deixamos o irmão João dar curso aos seus pensamentos de revolta, porque sentimos que havia necessidade de fazê-lo compenetrar-se da falsidade de seus impulsos em detrimento de trabalho sério de evangelização e de prática missionária. É claro que estávamos, nós mesmos, atentos e prontos para intervir, caso viesse a oferecer perigo para o nosso médium. Como tal não sucedeu, tivemos oportunidade de orientar o seu discurso, no sentido de, aos poucos, ir verificando que os argumentos que atribuía aos maus eram os mesmos que estava utilizando, em favor de seus interesses, e que os desvios de que acusava os ricos e poderosos eram os mesmos que estavam pautando sua atitude revolucionária. Ao final, ficou-lhe claro (está ele a confirmar o que estamos redigindo) que o mal não se combate com o mal e que o Cristo nos ensinou a voltar a outra face, quando tivermos sido atingidos por nossos adversários, que são, em suma, os inimigos de agora mas que, certamente, se converterão em nossos amigos de sempre, pois não há progredir sem reatamento das relações de amizade entre todos os seres humanos. Ai daquele que partir sem restabelecer os vínculos de amor fraterno, mesmo com os inimigos e adversários mais ferrenhos.



A nossa intenção foi a de demonstrar que até mesmo sentimento que apresente muitas e poderosas razões a justificarem-no pode levar a conclusões erradas, no campo da misericordiosa atitude que todos devemos ter em relação aos semelhantes.



O nosso amigo João está mais consciente de seus sentimentos e poderá, com galhardia, superar as suas deficiências, para o que será encaminhado, primeiro, para uma casa de saúde, para convalescença e reequilíbrio orgânico perispiritual, e, depois, para uma escola, onde terá noções gerais de socorrismo, podendo, mais tarde, vir a integrar uma de nossas equipes em missão sobre a face da Terra.



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