Fubá-obá, caju-açu, murô-xilá
batuquejê, maculelê, vossa mercê
saravá minzinfiu atô-tô atô
marabô-já, sassafraz-traz, aiô oguntê. . .
Agora pergunto ao sinhô,
pergunto franco a você,
qual a cor da consciência?
quem já a viu de verdade?
Será que pintá-la lhe confere decência,
definindo-a com propriedade?
Hoje assim refletindo
descobri, que a minha é furtacor:
mestiça, misturada, miscigenada,
branca, pelo senhor de engenho,
que comia as escravas sorrindo,
e mesmo uma ou outra índia,
que se lhe passasse no caminho.
Mestiça, ainda, que o mesmo fazia,
todo e qualquer feitor.
Assim, coloriu-se a minha consciência,
ensolarou-se, enluarou-se, amalgamou-se . . .
cafuza, mameluca, malê,
portuguesa, francesa, tapuia,
quem sabe, até mesmo judia?
Mestiça, com muito valor.
Amo-a, desse jeito, bem misturada;
e respondo se me perguntarem,
como Einstein,
alemão e judeu:
É apenas humana, mais nada !!
- feito (José Luiz Santos), em 20/11/2007, às 21,20h –
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