Da minha larga inquietude,
do mais fundo dos meus anseios
dentre todas as minhas dúvidas,
num momento turvo de perspectivas
em que mesmo o meio-dia ensolarado
se mostrava cinzento e nublado:
Foi, assim, quando me quedei cansado,
quando nada mais de belo eu esperava,
que você me apareceu sorrindo,
e fez tudo transmutar-se em grande festa
dançando valsa ao som de grande orquestra,
senti-me, de novo, um ser completo.
Mas agora, algo parece que se perdeu.
Não sabendo precisar em que lua, em que céu?
Só sei que não te sinto mais perto.
Que mesmo perto, é como se ausente
a alma, que antes era o meu presente.
Talvez mesmo, tudo seja breve desacerto
a se restaurar, na lida, o entendimento,
que outra coisa não busco, em meu pensamento.
E nesse meu querer, acalentado ardentemente,
vou deixando, meio de lado, no que é implícito,
o resgate do meu eu, desse mar em que me agito;
e que se quedou, ao longo do caminho,
no mais atrós esquecimento,
sem ter um voluntário que ao mar se lance,
Para, enfrentando o mar bravio do meu íntimo,
dedicar-lhe um minuto, coisa de um breve momento,
dando-lhe, a devida assistência, num relance.
Talvez hoje tenha acordado meio triste
pensando na vida, que ainda não existe
querendo só ter quem me abrace ...
- por JL Santos, em 01, 12 e 16/05/2007 - |