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Poesias-->ROÇA -- 15/04/2008 - 19:52 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu já morei na roça.

Onde os dias amanheciam vermelhos no horizonte.

O galo cantava e Manoel carreiro chamava os bois de carro, o ranger das rodas enchendo o silêncio do dia que nascia.

Bezerros choravam apartados das mães que nos davam leite e os

carneiros se assustavam quando o rebuliço do dia começava. Bééééé....

Calor. Muito calor durante o correr das horas de sol.

Hei boi! Vira boi! Lá vinha o gado para ser vacinado no curral.

Coloca no tronco, vacina no cupim, cuidado com ele! Aparta, esse prá cá, aquele prá lá. Conta, re-conta. Faltou! Será que algum morreu “de erva”?



Eu já morei na roça.

Onde cresciam o colonião e a brachiária e o cavalo Mangalarga me levava sem trote prá ver a queimada no pasto.

Morei onde tinha jagunço, briga de faca, água no sangue e arca caída.

Onde comia-se frango caipira ensopado na casa de babaçu, panelas brilhando, gente feliz de tão simples, areia branca no chão. A hospitalidade na simplicidade, nunca vi igual. Morei onde gente simples era bem melhor do que eu.



Morei na roça.

Onde o fim do dia mostrava de novo o vermelho no céu, prenuncio do mesmo sol no dia seguinte e mais no outro.

Barulho lá longe do gerador que acendia a luz, televisão à bateria, água quente vinda da serpentina do fogão de lenha, geladeira à gás.

Depois do banho quente no refrescar do fim de tarde, descanso na rede. Hora da saudade e da solidão.

Profusão de estrelas. Acho até que vi uma que caminhava, outra que não parecia estrela, o que seria? Peço logo um desejo, seja lá o que for.



Eu já morei na roça

Onde o violão rasgava a tristeza e, dedilhando no vazio, contava de uma vida longe, que me chamava de volta e me queria de novo.



Eu já morei na roça.

Hoje, não moro mais.



Tita

14/06/07

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