Não sei porque tanto quis se é de pouco que preciso;
Não sei porque tanto pedi se sabia que não escutavam;
Não sei porque tanto procurei se estava tudo aqui;
Não sei porque tanto amei a quem não me queria;
Não sei porque tanto dei a quem não me pedia.
Prendi-me, entregando-me às pequenices da vida,
à miudeza dos detalhes.
Perdi-me, procurando acertar, agradar, brilhar.
Bobagem!
Melhor entregar-me, com afinco, ao desvario.
Melhor esquecer-me do que a nada leva,
melhor extravasar os sentimentos,
permitir-me os arroubos, relaxar as aflições.
Até que se transforme, a minha identidade,
no retrato fiel, agradável, doce e pacifico,
da mais perfeita insanidade.
Tita
27/06/07
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