Na semana passada um amigo meu fez um curso de Neurolinguística.
Nos discursos empolgados que ele fez sobre o curso, ouvi coisas do tipo: o curso pode mudar uma pessoa; o curso é baseado em pesquisa de mais de vinte anos; se eu não ficar rico agora, nunca mais fico; etc; etc; etc.
Isto me fez lembrar do curso que fiz há uns dez anos atrás e dos livros que li. Vi-me, então, no dia em que tomei posse do TNT de Harold Shermam.
Aproveitando para fazer uma auto-análise, creio que compreendo hoje o porquê da tal dinamite não ter sido detonada por minhas mãos.
Compreendo hoje que uma pessoa só pode entender e aceitar algo que esteja pré-determinada dentro de si. E isto somente compreendi por ser hoje mais espiritualizado; e descobrir em mim este forte lado espiritualista.
Em qualquer livraria se encontram livros sobre auto-ajuda; e está cada vez mais popular os tais cursos de desenvolvimento intelectual. Mas, aparentemente, em certos pontos, estas teorias contradizem os ensinamentos do Mestre dos Mestres, que disse coisas como: "quem quer ser o maior seja um escravo perante seus semelhantes".
E isto de certa forma é um absurdo em um mundo onde somente o melhor sobrevive.
Quem está com a razão: o Mestre dos mestres ou os mestres do mundo da competição?
Em comum, as duas doutrinas pregam o futuro melhor a quem as seguir e for o melhor.
Creio que levando em consideração os pontos de vista, todos tem razão.
O que diferencia é a amplitude da visão. Os pensadores materialistas enxergam apenas com os olhos da matéria e tem com isto a visão limitada em alguns anos da vida humana, enquanto os olhos espirituais do Cristo são ilimitados.
Mas, tem-se que considerar a evolução natural humana e que tudo que eleva o lado moral-intelectual faz parte deste quadro.
E nada adianta protesto contra isto ou aquilo (até por isto não posso de fato criticar meu colega), pois para nós que somos eternos aprendizes, temos que estudar e ouvir a tudo com o coração tranquilo e a mente aberta: seja uma leitura do Novo Testamento ou de Nietzsche; temos de ter sempre a mesma vontade de encontrar a verdade, sem preconceitos e nem temor de ter o ego ferido. Ter vontade e desejo de evoluir creio não ser contrário as Leis de Deus e nem a filosofia dos homens.
O que não podemos é negar ou apoiar um ponto de vista com veemência, se este não for verdade (ou mentira) cientificamente incontestável, pois se este for contrário a nossa opinião, principalmente se se tratar de um ponto de fé (ou falta de fé), deixará marcas profundas no espírito quando a prova surgir de forma incontestável; e tem-se que considerar também o fato de que na estrada da vida todos os passos são importantes, mesmos que sejam cambaleantes. Talvez sejam estágios a serem seguidos: primeiro compete-se com coisas da matéria, depois com coisas do espírito.
Seja certa, ou, seja errada nas maneiras de as conduzir, a competição é necessária, pois sem ela o ser humano deixaria de evoluir sem ter ainda alcançado um estágio que nem de longe é satisfatório.
Talvez o que fica disto seja que para os presos as coisas do cotidiano da Terra, surge sempre a necessidade de apego a algo intangível: seja seita, doutrina, religião ou uma filosofia qualquer. Uma vez que caminha no primeiro estágio
Para quem tem um lado espiritualista mais exacerbado, não deve, e em muitos casos, não consegue se concentrar no mundo material; então, este precisa encontrar um paràmetro de equilíbrio entre o eterno e o passageiro, pois se não pode haver um apego demasiado ao lado mundano é necessário, porém, garantir uma condição que seja ao menos digna na forma de viver, já que vive com a mente e coração em outro mundo.
E para os que, como eu, vivem como náufragos de um mundo e de outro, sobram os livros livres e pensadores de um lado e do outro para que possamos nos encontrar; há ainda o tempo que sempre corrigi, domina e vence; ou seja, sobre as muletas para que possamos nos manter em pé e assim firmar os passos; sobra ainda o futuro.
E é neste ponto que mora o limite de cada um entre o "céu e o inferno" de quem ainda não conseguiu se fixar em um plano mental superior.