Um dia já fui outro,
Tão parado, diferente!
Era triste, cabisbaixo,
Da vida tão descrente,
Eu era um’outra gente.
Fui como curió,
de mim tolhido.
Na gaiola só e fechado
A repetir o escutado
Todo dia, sem sentido.
Como aquele que me olhava
Olhos pretos a fitar
Quando eu por lá passava
No meu dedo se assentava
E eu me punha a cismar
E por cismar foi que fui
Outra coisa procurar
Hoje alegre, vida nova
Não me canso de lembrar
Do curió acanhado
que por ficar ao meu lado
nunca aprendeu a cantar.
Tita.
05/12/07
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