Tenho vontade de experimentá-lo aos pedacinhos, vagarosamente.
Tê-lo sempre ao meu lado para saboreá-lo a qualquer momento.
Tenho vontade de que me sacie nas noites de insônia.
Queria levá-lo comigo nas viagens de trabalho e principalmente nas de lazer.
Bom seria que estivesse ao alcance das mãos nos fins de tarde e que esquentasse meu corpo ao cair da noite.
Queria livrá-lo pouco a pouco de seus invólucros e mordiscá-lo, sentindo com a língua seus diferentes sabores.
E que ali estivesse, sempre a vista, para que eu soubesse que ali estava a qualquer tempo, em qualquer condição, retrato incondicional de companhia perene.
A verdade é que nunca me acompanha e nunca o consigo alcançar.
Sempre ocupado, não tem tempo, suas desculpas não tem fim.
Promete arroubos que distribui em doses homeopáticas e economiza sentimentos e doçuras.
Se fosse um chocolate, aí sim, estaria sempre dentro de mim.