A prima de Edmar... Que sonho !...

Tinha um recado urgente e inadiável para transmitir ao Edmar. Desse para onde desse deveria contactá-lo sem adiamento e ele naquele dia nem o seu habitual cafezinho veio tomar ao Caipirinha, agradável local aonde costumávamos tertuliar. Decidi por isso, antes que batesse a meia-noite, ir a sua casa, a dois quarteirões do benquisto café do Inácio, um bonanceirão e simpático explorador do meu rico dinheirinho de bolso.

Chegado, toquei à campainha da residência do meu amigo umas três ou quatro vezes consecutivas, até que a luz interior acendeu-se e a porta abriu-se de seguida. Edmar aflorou de imediato, com ar avermelhado e comprometido, mas sorridente. Atrás de si, pronta para sair, deparou-se-me uma moça daquelas que, olhando uma só vez, não se esquece mais. Os seus olhos eram autênticas lanças de cio em chama. Bem... Da cabeça aos pés, a mulher era sem dúvida uma ameaça à tranquilidade de qualquer pacato cidadão. Como é soer dizer-se, era uma autêntica bomba no feminino.

Edmar, solicito, pediu-me para aguardar um minutinho e despediu-se daquela beleza fora de série, que logo dez metros adiante, no passeio junto ao edifício, entrou num belo sport azul-escuro e arrancou suavemente, lançando uns quantos acenos de despedida quando repassou por nós.

- Era a minha prima, Torre. Veio cá a casa convidar-me e fazer anúncio do seu próximo noivado. É muito bonita, então não é?

- Bonita?... Só?... Ó pá... É uma mulher magnífica!...

Retorqui eu enquanto entrava e o Edmar fechava a porta...

Como neste momento o tempo é bastante escasso, amanhã ou depois, continuarei com esta interessante estorieta. Fiquem bem...

Torre da Guia = Portus Calle