Enquanto as folhas amarelas pendem no vento
E dobram, como heróis tombando para o chão,
Reflito sobre seu destino e som oportunos
E inquiro sobre a suficiência de sua morte.
Mas não escreverei um epitáfio.
E os pardais cantam a contento,
Flertando com a natureza na sua alegria animadora,
Pergunto-me se não é uma manobra ardilosa
Para desviar o pesar do meu chão lanhado.
Mas não escreverei um epitáfio.
Assim que a tarde se aprofunda nesse vale,
No espantoso desfiladeiro do um sem retorno,
Choro um rio de lágrimas no seu leito e volto-me
Para um mar que aviste meu outro lado.
Mas não escreverei um epitáfio.
E tu, companheiro inconsciente do meu coração,
Não deixe a tristeza te levar em seu caminho
Nas minhas derradeiras, agonizantes estrofes, enquanto
Inclino-me para apanhar o perfume da Vida, e rio:
Pois não escreverei um epitáfio.
© Jean-Pierre Barakat, 25.12.2007
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