151 usuários online |
| |
|
Poesias-->PARTES -- 04/04/2008 - 19:16 (JOSE GERALDO MOREIRA) |
|
|
| |
PARTES
Fosse qual fosse o desfecho
Seria sempre trágico deslize
Que o amor é coisa segredo
Que acha alegre fazer triste
O coração tem essa mania
De achar-se o só no mundo
Exigindo uma companhia
Que é amar-se profundo
Mas como amar a si mesmo
Metade incompleta e falha
De um todo que é só medo
de que as partes se separem?
É por esse medo que denoto
Que transmito nos olhos
Que se percebe nos modos
Que minha felicidade imolo
De volta, novamente e sempre
A este passado que se repete
Vindo do futuro que é presente
Que peço que não mais se me oferte
A certeza indubitável da perda
Do amor que outrora era rocha
Fez do homem frágil, reles poeira
Que pela vida arde; ao vento rola
Desgastou-se a certeza de futuro
Quando o amor acabou, silente
Esvaziou a vela que ia a fumo
Rumo à Arcádia de toda gente
Com essa coisa pulando no peito
Essa sua presença assombrando
Vou procurando qualquer jeito
De viver embora te viva negando
E negar o amor que um dia vivi
Convicto de ser o maior do mundo
É ter a certeza de que tudo perdi:
Rasga-se a tela ao separar-se o uno
Fosse qual fosse o desfecho da peça
Sempre seria surpresa para os atores
Que improvisam querendo ser platéia
Enquanto cerra o pano sobre seus amores
|
|