A Flor do Algodão
Na Escola de Comunicação
desde sempre ensinavam,
uma notícia vã
vende muito jornal e revista,
dá náusea, vômito e persiste,
rápido se espalha, sabiam,
mais que qualquer podre maçã...
Ah, indignação é mar,
se repete, insiste, enfurece
em esperança.
A manchete/vexame de ontem
- "cafetina brasileira deportada"
- ali, na primeira página -
(importante e fútil)
no alto, coluna da esquerda,
(tapa inútil).
Com ou sem mala, devolução
à terra vermelha de dengue, dengo,
de amarela febre, país multicor;
E... de tudo que aqui dá e tem
é preciso falar, escrever, dizer,
repetir em casa e muito além,
neste fértil Brasil,
admirável terra mágica, estranha,
(onde professor e médico podem
virar boi de piranha),
não apenas reconhecida e usada
pelo futebol, carnaval,
- quando a cor é roxa de dor e vergonha -
na exploração da sexualidade infantil.
A Terra ainda é de Santa Cruz,
ora desconhecida, humilhada,
ora cobiçada, invejada.
Talvez por isto muito milagre
com trabalho acontece a oeste,
em um lugar chamado "Barreiras".
"Você já foi à Bahia?" Então vá
à Barreiras, Barreiras, Barreiras,
onde - oh, glória -
ex-plantador do Rio Grande do Sul
subiu no mapa da pátria,
na lavoura e pela vida afora.
Maravilha,
hoje planta soja, flor de algodão, feijão.
E conta assim, sorrindo: "Olha seu moço,
ano passado ganhei mais de `mião`".
Lourdinha Biagioni
25/03/2008
(escrito p/a `4a. Cidadã` do Luna & Amigos
BARREIRAS - BA Sua população estimada em 2005 era de 134.335 habitantes. É o município mais populoso do oeste da Bahia, destaca-se na produção de grãos.
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