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Cartas-->Aos Professores Donos do Mundo -- 17/09/2003 - 12:20 (Ivan Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Neste sol de primavera, dirijo-me aos professores universitários presos nas cíclicas síndromes de seus ancestrais e, ao mesmo tempo, sinto-me feliz porque as exceções aumentam e formam, cada vez mais, a Massa Crítica. Aqueles, porém, que nem aventam a hipótese de serem os destinatários desta missiva, provavelmente já se definem como tais. Deixando aflorar a indignação, permito-me, então, os questionamentos que se seguem. Por que vocês são tão prepotentes, a ponto de dar água na boca ao mais arrogante e menos evoluído dos leoninos? Que rei é esse que vocês trazem na sua barriga, inchada pela competição do acúmulo pelo acúmulo? Por que vocês acham que só o que vocês ensinam e como ensinam é que tem valor? Vocês já leram algo escrito por Edgar Morin, o grande educador de hoje, para ter uma idéia do que significa ensinar no século XXI? Ou algo de Carlos Matus sobre sua experiência no exílio e como isso lhe transformou sua atuação de administrador, professor e consultor? Ou ainda algo de Leonardo Boff sobre sua postura na educação libertadora depois da dura crise experimentada com a Igreja? Aliás, vocês sabem o que é educação libertadora? Por que vocês acreditam que o legado de seus mestres jurássicos nas universidades constituem a única maneira de conhecer a ciência? Por que, por exemplo, querem aumentar o número de publicações sem se importar com a qualidade e a aplicabilidade dos resultados? Que poção de magia negra e infeliz é usada para vocês transformarem alguns parcos resultados empíricos, insossos e sem expressão em uma multidão de trabalhos repetitivos publicados e/ou apresentados em congressos? Por que vocês não se propõem a estudar e pesquisar algo realmente inovador e útil, independentemente de auxílios externos? Por que querem restringir a liberdade dos alunos, castrando sua criatividade e obrigando-os a entrar nos seus míopes ritmos degradantes de atratores entrópicos? Por que não cessam de seduzir alguns ingênuos alunos com ofertas imorais de bolsas e propostas de competição ferrenha para que eles se tornem, um dia, mercenários empinados como vocês? Ou para que eles creiam que só a ciência do século XVII salva? Por que vocês colocam uma barreira mais alta que o Muro de Berlim entre a academia e a sociedade, muito embora vocês neguem enfaticamente essa dicotomia por pura conveniência? Por que querem impor os ciclos-limite que vocês têm em sua vida pessoal para os pobres alunos e colegas que os ouvem diariamente? Quem deu a vocês o diploma de dono do mundo? Quem vocês pensam que são ao execrar um colega só porque ele ou ela não pensa igual a vocês e não quer se submeter àquelas pobres e infames regras nas quais vocês acreditam e pelas quais vivem rastejando? Por que vocês continuam coando mosquitos e engolindo camelos? Por que vocês querem que todos sejam infelizes moribundos só porque vocês o são? Que direito vocês têm de dirigir a vida das outras pessoas sob o pretexto de fazê-los cumprir suas obrigações? Quem lhes deu autoridade sobre a escolha do tipo de pesquisa de seu colega de departamento só porque vocês têm um título de M a mais que ele? Quem lhes deu a informação de que vocês podem exigir o que bem entendem de um outro colega? Por que ainda vivem o reducionismo castrador de Descartes de forma exclusiva e abusiva e fazem questão de separar a ciência da vida e do “religare”? Será que nunca ouviram falar de Einstein e do que ele disse sobre isso? Por que vocês não lêem sobre a Física Quântica atual e procuram descobrir que as revelações científicas nunca mais podem ser promulgadas como objetivas e corretas “per se” como vocês querem impor aos alunos? Será que vocês não sabem ainda que o observador interfere no observado e que, portanto, a ciência é subjetiva? Por que vocês tem tanto medo dessa nova face da ciência que diz que tudo é incerto, tudo se renova e se cria a cada instante? O novo soa para vocês como o antigo deus Pã? Vocês conhecem os Direitos Humanos e a sua Declaração Universal publicadas há mais de 50 anos? Já a leram, por acaso? Por que vocês pensam que sua condição de professor, mesmo com mestrado ou doutorado, pode passar por cima dessa Declaração Universal? Por que vocês se amotinam em corjas para se defender e abusam da distorção da legislação vigente para dizer aos insanos pares que estão certos? Como, depois disso, vocês têm coragem de criticar os políticos e seus conluios se, muito provavelmente, eles aprenderam na academia com gente como vocês? Por que vocês se agrupam em órgãos financiadores para se financiarem mutuamente com dinheiro que vem dos impostos do povo, como se fossem crianças inescrupulosas brincando de “Escravos de Jó”? Como vocês, fazendo tudo isso, têm coragem de bater no peito nos templos, aos domingos, dizendo que seguem o Mestre e vivem o amor ao próximo? Vocês sabiam o que esse mesmo Mestre falou especificamente sobre vocês no Evangelho de Mateus, capítulo 23, seus fariseus hipócritas??? Talvez um dia, se tiverem sorte antes do fim dos tempos, quando puderem se olhar num límpido espelho e gostarem do que vêem, possam se realizar verdadeiramente como professores e só então esta carapuça não mais lhes servirá. O apoio dos pares hoje nos mais variados colegiados é algo tão fútil, mesquinho e ignóbil que só lhe traz mais lama para seu curral, aumentando a indignação dos alunos conscientes que já sabem o que querem. Graças a Deus vocês não são e nunca mais serão 100%. Enfim, até quando vão continuar brincando de ensinar e de viver e ficar, como diz a bela canção antiga, esperando a morte chegar? Vocês conseguem perceber que, na verdade, só a morte física ainda não bateu às suas portas? Eis que o tempo chega e urge as mudanças radicais de postura para quem tem ouvidos para ouvir! Ouçam o chamado, mortos-vivos, donos do mundo!!!
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