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Poesias-->ENGANO -- 03/04/2008 - 14:38 (Helena Sut) |
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Chega de palavras cordatas, frases nobres, pontuações excessivas...
É hora de tirar a máscara da linguagem e deixar em pele viva o pensamento escoriado com silêncios e períodos sem sentido.
A alma à beira do precipício.
De uma hora para outra, a face é apenas uma projeção da madrugada e já não reconhece os próprios demônios.
Enfeitiçou-se com as diáfanas asas dos versos e não consegue despi-las.
Recriou-se em orações de louvor e, calçada com metáforas, não sente a aspereza do chão estilhaçado de histórias sem poesia.
Rasurou-se tantas vezes que talvez não consiga mais incorporar a castidade de um papel em branco.
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