Acordei com cheiro de maresia.
Sonhos ancorados em portos distantes impulsionaram as salgadas ondas no corpo e deixaram um constante arrepio de arrebentação.
Som de acalento prateado em noite enluarada orquestrado pelo toque das vazantes.
Com os pés vestidos com as bainhas do oceano, percebi ser água, areal, brisa...
Tornei-me mar, busquei nas profundezas os instintos mais primitivos e vivi marés cheias...
Amanheci em calmaria, ainda noite, com a estranha sensação de que as âncoras rotineiras não cessariam o rumo dos pensamentos navegantes.
|