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cronicas-->Halloween -- 27/10/2000 - 16:38 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Custo a acreditar que fomos colonizados por portugueses, italianos, africanos e espanhóis. A influência que sofremos dos americanos é digna de duzentos anos de ocupação ianque. Acho até que metade da população é frustrada por não falar inglês. E quando chega essa época de halloween fico boquiaberto. Não me recordo de, na infància, ir bater na porta dos vizinhos fantasiado de monstrinho para pedir guloseimas. Mesmo hoje, passando pelas ruas da periferia, vejo a molecada brincando de tudo. Só que nem sinal de um guri com uma cabeça de abóbora esticando as mãos para receber os doces. Dizem que em Alphaville o Dia das Bruxas é bastante autêntico e a adesão é expressiva. Lá até que é compreensível. Eles acham mesmo que não fazem parte do Brasil...

Não sou nacionalista. Adoro carro importado. Prefiro o cinema americano ao francês. Sou louco por um X burguer. Mas comemorar halloween, cá pra nós, é o fim da picada. As empresas estão aderindo. Hoje mesmo no caderno São Paulo da Gazeta Mercantil há um artigo sobre o assunto. Não tive coragem de ler. Mas dei uma "sapiada" nas manchetes e rodapés das fotos. Parece que até já surgiram lojas especializadas para explorar este novo nicho de mercado. O mercado das bruxas de ocasião. "O que é bom para os EUA, é bom para o Brasil." Pode até ser, mas esse comportamento me cheira mais a macaquice do que a afinidade com a comemoração pagã. Sei lá! Um amigo contemporàneo me disse que estou ficando velho. Ele mesmo está vestido todo de preto. "É a globalização, Roberto". Globalização da cultura me cheira muito mal, as vezes. Globalização boa é a económica. Quem não abrir seus mercados, está fadado à falência - proclama o Tio Sam. Mas vai querer concorrer com força na terra deles... Comecei o parágrafo falando que não sou nacionalista, mas acho que sou. Defendo um mínimo de identidade cultural e social. Não precisa fechar a porta pra tudo e pra todos, como no tempo da reserva de mercado para a informática. Mas abrir as pernas totalmente, tal qual uma prostituta sem esperança, é de lascar. Esse clima maquiavélico (a empresa onde trabalho está enfeitada a caráter para o Halloween) está me deixando mal humorado. Só espero que, ao chegar em casa, meus garotos não estejam fantasiados de vampira ou coisa parecida. E olha que o risco é grande. Os pirralhos aprenderam a falar McDonalds antes de papai.
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