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Poesias-->AINDA LEMBRAS? lI -- 08/03/2008 - 06:16 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AINDA LEMBRAS? ll

RRR



Minhas desesperanças são vagos lumes

Na mata fechada sem alumiar nada

Além dos passos que dou, morta de cansada

Alpinismos milimétricos

Verminais gostos inodoros da tua saliva

Visual insípido aos teus olhos cépticos



Não sou nem o riso ou a dor

Comumente transparente em seu dorso

De suor no ato da falta de amor

O lirismo acabou?

Não incubou em teias de aranha na alma

Satanás ainda batendo palmas

Cristo se envergonha e chora

Vês? Todas as lágrimas transbordam



Não te espero mais na calçada

Não ando descalça nem sou sem graça

Policiais policiam meus fatos típicos

Feriados singulares, coincidentes

Sem reincidência, coerência, decência



Onde andamos nós que ficamos tão sós?

Velhos jovens loucos sãos e de antemão, contraceptivos

Canto mas nada entoa

Falo mas nada em ti ecoa

Grito sem orgasmo

Só doloroso espasmo de músculo contraído



Onde fugimos de nós?

O hoje se masturbou no ontem

Lançou sêmen morto no amanhã

Que nasceu à noite

Abortou a tarde

Enterrou uma manhã pálida

Do dia ofuscante já morto



Não consigo estremecer perante o medo

Nem tenho medo perante o ladrão

Não há roubo. Só roubados

Não consigo aspirar e expirar

Os hélios ou helênicos que respiras

A mim não concedo o pão do Senhor

Não prossigo que a escada encaracolou

Submergiu no teu rodamoinho



Essa vida toda contida na cabeça de alfinete

Esse teu congelo e degelo, setenta quilos

De pedra e sub sal.

Meus afagos desafogam energias nucleares

Em homens que encontro nos bares

Acordando em camas alugadas

Faço amor sem amar, dando sem entregar

Essa imaginaria guerra real se prolonga

Ao som de tambores e caças

Submarinos submergem à minha aparição

Sou o front, o desalinho da tropa dispersada

Na tua farda mal amada, branca de medo



Somos as engrenagens enferrujadas das máquinas

Gosto ácido de azia que corrói o estômago

Espinho na pata do leão; Paleótipo vazio

Puro som de grito abafado na fronha usada

A caldeira do diabo a que me atiraste

Harpa de archanjo que jamais ouvirei

Depois que meu Deus passou para o terno e gravata

Cabelo cortado, ar compenetrado, empresário de almas



Correria se tivesse pés

Falava se houvesse voz

Amaria se meu coração não estivesse partido

Fragmentado em dor atroz

Amaro amargo, Cinzano

Corte de fazenda barata

Peso perdido na balança desregulada



Acima de tudo, quero amar

Projetar-te em outro corpo

Que seja meu, meu de tudo

Para amar essa parte tua

Como nunca pude te amar

Que não deixarias

Sem mágoas nem angústia

Nem caos nem paz



Ainda te perpetuo

Teimo contigo no meu peito indeciso

Incoerente

Ainda te sinto apesar do tempo cretino

Que só sabe medir distância

Sou o nãoseioquê na tua vida

Talvez, teu olho cego, um sonho teu

Despertado

Armário de respostas que não abres

O porto seguro no qual atracas após

A deriva diária

Um vício, mania de criança

Algo em alguém destemido

A força fraca de ser valente

Encarar e debochar da vida

Chamar homens de meninos

Rir dele e fazê-lo crescer

Estacionar o trem do tempo

No garimpo do sentimento

Carregando a bateia para te achar

Ou achar uma pedra preciosa

Não mais a rosa fria, cadáver de flor

No que esse amor me tornou



Talvez, seja só meu esse amor...



Outro dia/1979

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