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Frases-->Coletânea de Significados -- 05/03/2003 - 20:38 (Márcio Filgueiras de Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- I -
"Inês é morta" = A trágica história do amor entre dom Pedro I, de Portugal, e a dama da corte Inês de Castro Vez por outra alguém aplica a expressão "Inês é morta" para designar uma situação irremediável, sem possibilidade de volta. No passado, era pronunciada por todos. Hoje, seu uso está restrito às pessoas mais instruídas. A história de Inês de Castro, mulher de rara beleza que virou a cabeça de dom Pedro I, rei de Portugal (não confundir com o imperador brasileiro), originou a expressão. Senhora de nobre estirpe, nasceu em Castela, no centro da Espanha, onde se encontram Madri, Toledo e Burgos. Mudou-se para Portugal como dama de companhia de dona Constança, que em 1340 se casou com o príncipe dom Pedro, futuro rei do país, filho de dom Afonso IV. Foi um caso de amor à primeira vista. Dona Inês e o príncipe tornaram-se amantes e tiveram quatro filhos. Após a morte de dona Constança, em 1345 ou 1349, a ligação entre ambos se estreitou.
Mas alguns fidalgos invejosos, liderados por Pero Coelho, enciumaram-se com a acolhida calorosa que o herdeiro do trono oferecia aos parentes e amigos castelhanos da amante - e convenceram dom Afonso IV de que as boas relações com aqueles estrangeiros era perniciosa ao país. O jeito seria eliminar dona Inês. A dama castelhana ficou sabendo da secreta condenação à morte. Teria procurado o soberano, mas foram inúteis suas súplicas de misericórdia. Aproveitando-se da ausência do príncipe, que saíra à caça - naquele tempo uma empreitada que se estendia por um, dois ou três meses -, os fidalgos Pero Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco assassinaram dona Inês a punhaladas, no dia 7 de janeiro de 1355. Local da execução: a Quinta das Lágrimas, em Coimbra, onde o casal se encontrava secretamente.
O bárbaro crime ensandeceu dom Pedro, que pegou em armas contra o pai - e só não o apeou do trono porque sua mãe, dona Beatriz, persuadiu-o a desistir da empreitada. Guardando no peito a dor e o ódio, o príncipe exclamou desolado: "Inês é morta". Em 1357, ao ser coroado oitavo soberano de Portugal, a primeira coisa que fez foi se vingar dos assassinos da amada. O trio havia escapado para Castela, assim que dom Afonso IV morreu. O rei negociou diplomaticamente. Trocou três fidalgos espanhóis, exilados em Portugal, pelos homicidas Coelho, Gonçalves e Pacheco. O último conseguiu escapar e, segundo a lenda, levou vida sem sossego, fugindo de um lugar para outro, com medo da ira de dom Pedro I e do fantasma de dona Inês. Coelho, líder do bando, teve o coração arrancado pelo peito; o de Gonçalves foi extraído pelas costas. Ambos sofreram previamente demoradas sessões de tortura. Segunda providência do novo rei: exumou a ossada da amada e a coroou. Em seguida, obrigou a corte - sobretudo a nobreza e o clero, que haviam condenado o romance com Inês - a ajoelhar-se diante dela e a beijar-lhe os ossos da mão.
Na ocasião, dom Pedro I proclamou ter casado secretamente com a amada, um ano antes da morte dela. Mas alguns historiadores acreditam que a união jamais foi selada legalmente. No seu reinado, o soberano notabilizou-se pela severidade com que punia os criminosos, especialmente os assassinos. Chegou a açoitar alguns com as próprias mãos. Também era rigoroso no controle dos gastos públicos. Os cofres do governo acumularam tesouros, enriquecendo o país. Governou por um decênio e, quando faleceu, em 1367, o povo comentou: "Dez anos assim nunca houve em Portugal". Foi sepultado no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, a maior igreja de Portugal, 110 quilômetros ao norte de Lisboa. No túmulo em frente se encontram os restos de dona Inês. A tradição afirma que dom Pedro I pediu para ser colocado numa posição que lhe permitisse, no Juízo Final, quando ocorresse a ressurreição dos mortos, ter como primeira visão a figura da amada. O romance de ambos foi cantado por Luís de Camões, Victor Hugo, Ezra Pound e outros mestres da literatura universal.
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