-Com certeza tu não lembras mais de mim. Isto se não morreu numa das guerras,
que seu pais faz profissão. Quanto nos conhecemos sua América ainda não era como a de hoje. Estava apenas fazendo requerimento. Eras jovem e acreditava na liberdade. Inclusive de teu pais. Sim, a América naquela época convencia. Deves te recortar daquele workshop que fizemos em Esalem na Califórnia. Ali, tu deves, lembrar transpirava um cheiro de mudanças. Naquela época teus patrícios não se deixavam envolver pela propenda que parte hoje de Washington. Orquestrada por um bêbado, que não venceu as eleições, não convenceu ninguém até onze de setembro. Venceu em iludir teu povo. Hoje quero crer que até a ti convence. Sim tu foste um amigo, mas penso que já não mais o é. Impregnado de ranço, deves olhar nós Latino Americanos como algo que passou, como a bossa nova por exemplo. Naquela época tu te divertias cantando-a Hoje se canta alguma coisa é o hino do teu pais. Pena que ficaste um homem abortado. Se ainda estiveres vivo não se preocupe em me escrever. Nossa história é outra. Seque teu destino de conquistador. Nós aqui se conquistamos algo que é coisa que tu jamais iria entender. Conquistamos amizade, não competição. Amor, não ódio. Confiança, não paranóia.