Usina de Letras
Usina de Letras
112 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50629)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->DO AULOW RANDAP: "MIO VERDE" -- 20/10/2004 - 11:08 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Era só uma vez ao ano, mas dava pra se lembrar sempre,sem riscos repetição, ou de nostalgia: o mingau de milho verde. O milharal, plantado no quintal, crescia vigoroso e uniforme, absorvendo toda a força que lhe traziam as chuvas.

Crescido, maduro, era um gosto ver aquelas espigas
verdinhas, de pontinha cabeludinha, carregadinhas de gostosa e ereta indecência para atrair qualquer
apetite - inclusive o da criação, entre cavalos e
cabritos.

A colheita era rápida e fácil, pois até na altura os talos cooperavam. Um ou outro iria virar cavalinho para os menorezinhos, com as orelhas empinadinhas. As espigas é que iam logo sendo despalhadas despudoradamente, liberadas dos pêlos quase cacheados e, geralmente sobre uma peneira se amontoavam para o sacrifício maior: a ralação. Essa era tarefa pros mais experientes, e cientes. Ralar um dedo na superfície metálica e ponteaguda do ralo podia signficar um desastre.

Naquele meio tempo, o tacho de cobre ganhava também suas atenções, sendo areiado com todo o cuidado, e vigor, para que se eliminasse a mais mínima suspeição do zinhavre, aquela nódoa esverdeada, que diziam ser um veneno e que podia botar tudo a perder. E como ficava bonito naquele dia, bonito que tinia e retinia.

E logo, ao fogo de lenha, o mingau se fazia. Uma
tachada colossal, que levava horas mexidas a colher de pau. Até chegar ao ponto, coisa que só os entendidos costumavam acertar.

E eis as travessas, tigelas e pratos alinhados para receberem a sua porção. O toque final, para se manter ainda intocado, enquanto resfriava era a canela, em pó, que lhe dava aquele arremate fino amarronzado.

Em meio ao apetite generalizado e manifesto, havia
sempre os temores de que a fruta seria pouca pra tanto macaco. Doce ilusão, pois, generosa era produção e passadas duas ou três colheradas, os apetites se acalmavam e a constatação tácita era de que, apesar de gostoso o petisco, os olhos haviam se provado maiores que a barriga. Mas não se podia fazer feio. O negócio era aguentar até o final e, os mais levados - sem vez no banheiro - correr pro matagal."



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui