O Instituto Brasileiro de Cegos no CLUBE NAVAL
"NÓS CEGOS" do MAR, em TERRA, no "Rio",
com olhos das almas, e espíritos no olimpo,
esculpindo cegos que vêem na magnitude,
neste Clube Naval, o Instituto da virtude.
De Barro e Argila, eu surgi como você,
das suas mãos, fui formando o meu ser,
do nada sem vida, sem olhos eu nasci,
e me transformei, uma imagem eu criei.
Numa arte exposta de diferentes pensamentos,
não vim da visão, mas sim da sua imaginação,
sua cabeça pensante esculpiu esta construção,
de tôdas as formas, eu Cego vi, me ensinaram,
com inteligência, pelos mestre me singraram.
Com as forças do universo dos célebros imortais
fazem a vida, sem linguagens, os conhecimentos,
no "Salão Nobre" perpetua suas faces esculpidas,
peças sobrenaturais encobertas pela criatividade.
Encontro no tempo prazer de ver imagens,
que enchergam uma grandeza que realizam,
substituo nesta poesia minha contemplação
geniais obras, de uma gente cega na visão.
Máscaras de caras contorcidas,
bustos com faces aquientadas,
vasos coloridos bem elaborados,
animais e cachorros exagerados,
painéis diversos, quadriculados.
Na despedida fevereiro vinte nove
o fim da exposição,
os ditos cegos lindamente deixaram
aqui esta reflexão,
neste templo que poucos puderam
contemplar na emoção,
semblantes uma magistral cerâmica
sem igual no coração.
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