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Erotico-->Fúria -- 17/06/2004 - 03:08 (Vera Ione Molina) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sempre paciente, gostava de discutir qualquer assunto comigo nos intervalos do curso. Falávamos de música, de pintura e de todas as expressões artísticas. Contava provocativa que o marido chegaria em casa muito tarde. Não se importava com mais nada. Só queria estar perto de mim. Meu sexo se eletrizava cada vez que ela roçava os seios redondos no meu ombro, um cochicho quente e suplicante. Anotávamos coisas sem sentido nos cadernos quando os colegas nos olhavam. Ela vestia roupas que deixavam transparecer as nádegas fartas, levemente flácidas nos seus quarenta e seis anos. Eu sentia a respiração dela, ouvia a voz rouca e entrecortada. Ansiava por vê-la ofegante, ao mesmo tempo, temia o que pudesse acontecer. Minha mulher falava de Margareth com o maior desprezo. Há muito notara os cochichos no grupo de estudos. Fazia questão de mostrar que Margareth se insinuava para outros homens também.
"Margareth, o nome combina com ela", dizia com desdém.
"Isso é preconceito teu. Ela é uma companheira importante para o grupo. Tens que ter confiança em mim. Não posso empurrar a mulher. Ela não faz por mal. Está muito carente." Se defendia.
"Desde quando tu és pronto-socorro afetivo"? Atacava com uma risada nervosa.
"Não é essa a questão", me perdia num discurso confuso.
Eu deixava a mulher se roçar em mim. Não podia mais me negar a acompanhá-la às visitas aos prováveis componentes da chapa para as eleições da associação. Ela argumentava com habilidade:"Muita gente tem me perguntado pelo Paulinho. Respeitam o trabalho dele. Ele tem que fazer as visitas comigo".
Fomos. Eu estava suado, coberto por lençóis de cetim. O dobermann rosnava no pátio, carros estacionavam, crianças brincavam na rua. O que fazer com aquela gigante cor de canela? Ela parecia se enfurecer como o cachorro. Os lábios dela, crispados. Me sentia culpado por tê-la feito pôr em risco o casamento por quase nada.
Um carro chegava. O dobermann fazia festa. Ela se agitava sob o lençol. Saltei fora e me vesti às pressas. Mal tive tempo de me proteger atrás da porta.
O marido subiu as escadas a passos ritmados. Ela gritou que ele corresse, precisava dele urgente. Ele se jogou sobre Margareth. O dobermann latia enfurecido no pátio. O casal rolava sobre o meu suor.
Aproveitei a fúria do momento e fugi.
O cachorro deitou manso junto às grades.
Vera Ione Molina
Homepage: www.veramolina.com.br
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