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| Poesias-->O SILÊNCIO DO GUETO E DO MUNDO -- 22/02/2008 - 18:34 (Jeovah de Moura Nunes) |
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O SILÊNCIO DO GUETO E DO MUNDO
A impressão é estarrecedora:
As ruas vazias,
Os prédios vazios,
O coração vazio.
O silencio vazio.
Um cão perambula,
Perdido.
Aquele cão não é judeu,
Porque aqui ficou
No silencio do gueto.
O cão perdido dos homens,
Dos donos,
Que não devem mais existir.
Todos se foram.
Para onde ninguém diz.
Foram-se numa procissão
Interminável, de rostos e
Aflições indescritíveis.
Gritos, choros... tiros...
Mulheres separadas dos maridos...
Cacetadas nas costas...
Mais tiros... alguém é abatido...
É a procissão da morte,
Inventada pelo homem moderno.
Todos embarcam em trens
Com destino ao inferno.
Homens, mulheres, crianças,
Velhos, senhoras...
Todos eram culpados...
É a impressão dos olhos meus.
Todos foram culpados
De serem apenas judeus.
E ainda sofrem até hoje.
O país deles está no meio
Dos inimigos mortais...
Mas, segundo a Bíblia
“Eles são o povo de Deus”.
(29.julho.2002)
(do livro: "Novas Poesias")
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