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Artigos-->Carlos Drummond de Andrade -- 31/10/2002 - 19:03 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carlos Drummond de Andrade

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Tenho certeza de que hoje, no céu, haverá uma festa. Uma grande festa. Em homenagem ao poeta maior, Carlos Drummond de Andrade. Nós não fomos convidados. E nem faria sentido sê-lo. Porque não chegou a hora; ou porque ainda não merecemos tal privilégio. Temos contas a ajustar no campo terreno. Mas como Deus é bom e misericordioso, poderemos assistir a festa pelo telão de nossa imaginação. E lembrarmos do nosso cancioneiro de versos em prosas. A pequenina Itabira deve estar onde sempre esteve: entre orgulhosa e saudosa de seu filho maior. Orgulho de ferro, de que o poeta também era feito. Assim dizia. Metáfora que se fazia quando sua sensibilidade surgia. O metal, grosseiro e resistente, que serve de liga para a construção do aço, que muito pode significar a mudança para algo mais elaborado, resistente, verdadeiro, íntegro, valoroso, indestrutível, eu diria. Frio, aparentemente. Calado. Como o poeta. Sensível, na hora e na medida certa. Preciso como o aço do punhal.



Poeta do contemplar reflexivo. Nada poderia passar-lhe despercebido. Seu olhar era total e abrangente. A compreensão instantânea. Até as pedras não se furtaram ao seu olhar de poeta. Pedras em seu caminho foram muitas. Todas elas superadas com o ferro do talento.



Poeta que dizia fazer uso das palavras para elevar seus sentidos. Por caminhos bem retratados e bem traçados. Caminhos que poderiam começar na indignação, passando pela denúncia, por dores e dissabores, e indo desembocar em rios e florestas de mil amores. De fulano, que amava beltrano, que gostava de cicrano. Palavras de amor e desenganos. A vida revivida e revolvida em seus momentos marcantes. Significativos. Significantes.



E agora Carlos? O tempo passou, a vida acabou, você nos deixou. Temporariamente, neste mundo que foi teu. Neste mundo que não é meu; pois não me chamo Raimundo, nem José, e todo e qualquer Carlos que já morreu.



Parabéns pelo seu aniversário. Que aqui ainda se conta em anos. Parabéns pelo presente eterno que nos deixou de recordações. Lembranças aos companheiros de céu. Aqui, tudo na mesma. O mesmo inferno de sempre. Contado em desenganos.





Domingos Oliveira Medeiros

31 de outubro de2002





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